Se a tensão dentro das quatro linhas entre Vasco e Fluminense não chega a ser novidade para ninguém, muito do que acontece é por conta do esforço de seus atletas em protagonizarem novos episódios de atrito. O último embate entre jogadores das equipes cariocas aconteceu na final do primeiro turno Campeonato Carioca Sub-17, no último dia 9, no campo do centro de treinamento das categorias de base do Tricolor, em Xerém, no Rio de Janeiro
Derrotados por 4 a 3 nos pênaltis após empate por 1 a 1 no tempo normal, os atletas do Vasco cederam às provocações da equipe do Fluminense, que ficou com o título da Taça Guanabara. A partir daí, a comemoração deu lugar a uma briga generalizada, envolvendo torcedores e até membros da comissão tricolor. Além disso, o clássico entre os garotos foi realizado sem a presença de policiais e com venda de cerveja no local, descumprindo o regulamento do torneio.
Pai de um atleta do Vasco, Alexandre, contou com exclusividade à ESPN os detalhes da confusão.
"A briga começou quando, ao término do jogo, os meninos do Fluminense tiraram a camisa, cantando aquelas musiquinhas sobre Segunda Divisão, vice de novo. Até aí tudo bem. O problema foi quando começaram a falar palavrões e fazer gestos obscenos. Os torcedores ali não eram de torcida organizadas, eram pais. Os meninos do Vasco viram aquela cena e não gostaram, vieram pro confronto, para discutir. Ficaram muito exaltados e começou uma briga entre os meninos no campo. O nosso goleiro tomou um chute nas costas e começou um a partir para cima do outro. A partir daí, um membro da comissão técnica do Fluminense foi separar a briga, mas de uma maneira muito agressiva, batendo em um garoto, dando um soco, praticamente. Teve também briga entre pais, aumentando ainda mais a confusão", explicou o pai de um jogador cruzmaltino.
Sem a badalação que paira sobre o torneio profissional, o Campeonato Carioca sub-17 segue à margem dos cuidados da Ferj (Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro). Segundo Alexandre, a venda de cerveja nas arquibancadas em um evento para menores provocou estranheza nos torcedores presentes. Mas nem de longe esse foi o principal problema na organização da partida. Contrariando o regulamento da competição, o jogo foi realizado sem a presença da Polícia Militar, chamada às pressas para apaziguar o clima tenso.
"O pior é que não tinha policiamento. Tinham pouquíssimos seguranças, que não conseguiram dar conta do recado. Não tinha ambulância, e vendiam cerveja na arquibancada", relatou Alexandre.
Procurados pela reportagem, os clubes se recusaram a comentar o ocorrido. O Fluminense chegou a marcar uma reunião com nossa equipe para esclarecer o episódio, mas sob alegação de que não seria interessante para o clube estender o caso, desistiu. Já a Ferj limitou a dizer que toda a documentação referente à partida foi entregue ao TJD (Tribunal de Justiça Desportiva) para averiguação.
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Fonte: ESPN.com.br