Ainda em 2011, depois de quatro anos de participações do infantil ao juvenil em todas seleções de base, Guilherme Costa ganhou suas primeiras chances no profissional, ao participar de treinamentos ao lado dos ídolos vascaínos Juninho e Felipe, com o técnico Ricardo Gomes. Três anos e muitas lesões depois, o camisa 10 do time sub-20 que enfrenta o Grêmio às 15h vê na defesa do campeonato da Taça Belo Horizonte a oportunidade de recuperar o tempo perdido e cumprir sua última etapa nas divisões de base do clube de São Januário.
Aos 20 anos, Guilherme está no Vasco há oito anos. Meia-esquerda, com características de toque de bola, muita técnica e bons chutes de fora da área, o jogador deu quatro passes para gols do time nas duas vitórias da equipe na primeira fase - na derrota para o Sport, com time misto escolhido pelo técnico Sorato, ele entrou somente na segunda etapa no último jogo antes do mata-mata da Taça BH - o Vasco venceu o torneio no ano passado e está em busca do tetracampeonato. Naquela equipe de 2013, subiram e permaneceram no profissional logo em seguida à conquista Thalles e Jhon Cley. Outros destaques, como o goleiro Jordi, os atacantes Yago e Marquinhos, o lateral Henrique, também ficaram na equipe de cima.
Além da paciência e do esforço para controlar a ansiedade de fazer parte finalmente do elenco profissional - Guilherme chegou a ir para a pré-temporada no ano passado em Pinheiral -, o meia precisou mudar alguns hábitos para se prevenir de lesões. São, pelo menos, seis problemas, entre aqueles mais graves, com necessidade de cirurgia, e os mais leve, que, no entanto, obrigaram ao afastamento das atividades e interromperam a trajetória.
Depois de parar por seis meses em 2012 para tratar do púbis, Guilherme machucou o joelho direito, quebrou o tornozelo…
- Tive várias lesões. A mais recente (março de 2014), foi no tornozelo, uma fissura, que me deixou mais dois meses parado. Em 2012, depois de seis meses com problema no púbis, voltei e machuquei o joelho. Foram três lesões naquele ano. Devo ter perdido um ano ou mais, infelizmente - lembra o garoto.
Treinos como segundo volante
Empresariado por Carlos Leite, o jogador renovou o contrato com o Vasco no fim do ano passado por cinco anos. Por pouco não foi parar no Porto, no Chelsea ou no Werder Bremen. O desafio de vencer pelo time que torce ainda fala mais alto. Nos últimos anos, o clube de São Januário, em conhecida e antiga crise financeira, perdeu vários talentos - inclusive na posição dele, como Marlone para o Cruzeiro - o antigo jogador do Vasco, aliás, é um dos melhores amigos e quem mais o incentivou no clube no período difícil de sequência de lesões - e Índio, que o departamento jurídico ainda tenta, pelo menos, reverter a saída do jogador em alguma compensação financeira.
- Nunca desanimei. Acredito que tudo tem sua hora. Se não foi antes, se passei por tanta lesão, era para ter passado por isso mesmo. Serve de aprendizado, para me cuidar e não deixar ou pelo menos fazer o máximo para nao acontecer mais. Hoje estou mais preparado do que antes - diz Guilherme.
Quando Guilherme se diz mais preparado, ele quer dizer, principalmente, fisicamente. Os seguidos problemas físicos obrigaram o atleta a dedicar mais tempo na sala de musculação. Com 1,75m de altura, o jogador ganhou até três quilos de massa muscular recentemente.
- Hoje me dedico bem mais na parte física, na academia, faço um trabalho justamente para prevenir lesões. Isso que mudou e vai me ajudar bastante na carreira.
Fã de Cristiano Ronaldo - no futebol brasileiro, ele cita o aposentado Juninho e os meias Ganso, Everton Ribeiro e o vascaíno Douglas (“joga muito!”) -, Guilherme se diz tranquilo com a demora em fazer parte do elenco profissional vascaíno. Embora ressalte que ninguém falou nada com ele sobre voltar de Belo Horizonte direto para os profissionais, ele tem a expectativa de que isso aconteça logo. Para isso, ele segue à risca os pedidos do treinador e tenta mostrar versatilidade para ganhar outras características no seu jogo. Sorato o colocou para treinar algumas vezes de segundo volante.
- Independentemente de atacar, tem que marcar, jogar atrás da linha da bola. Cresci bastante com a entrada do Sorato nos juniores. Ele sempre frisa isso. Acredito que evolui muito. Posso fazer uma função de ponta, marcando o lateral. Ou meia, marcando os volante, sempre voltando para ajudar - afirma o meia vascaíno.
Fonte: GloboEsporte.com