A briga envolvendo torcedores do Atlético-PR e Vasco da Gama, em Joinville, pela última rodada da Série A de 2013, chocou o país pela violência nas arquibancadas do estádio. O clube paranaense identificou 19 associados no conflito e decidiu agir de uma forma diferente.
Os identificados estão proibidos de assistirem às partidas do clube de coração nesta temporada. No Campeonato Paranaense e Copa Libertadores não puderam entrar na Vila Capanema, tendo que apresentar em uma delegacia duas horas antes de cada jogo e sendo liberados duas horas após o término do duelo. Além disso, os envolvidos também respondem judicialmente pelos atos ocorridos na cidade catarinense.
O diferencial fica por conta de uma proposta feita pelo Atlético-PR, em parceria com o 13º Batalhão da Polícia Militar do Paraná (PM-PR) e pela chácara Meninos de 4 Pinheiros, que visa a participação destes torcedores em projetos sociais. O objetivo é proporcionar penas alternativas e dar uma nova chance aos envolvidos na pancadaria de dezembro passado.
“O trabalho será realizado com crianças vítimas de violência, filhos de pais que foram presos ou assassinados em consequência do uso de álcool e outras drogas. Optamos por essas propostas alternativas, porque a punição e o banimento do indivíduo do quadro social do clube até agora não resolveu em nenhum momento o problema da violência”, explica Dionisio Banaszewski, presidente da Câmara de Ética e Disciplina do Atlético-PR.
Os sócios atleticanos que participam desta "nova chance" terão seus processos suspensos. O não cumprimento do acordo ou outro ato de irregularidade fará com que o processo seja reaberto e julgado, assim como os torcedores que não optarem pela pena alternativa. Essas ações serão realizadas ao longo dos próximos meses pelos três órgãos envolvidos. Os torcedores acusados se comprometeram a difundir ações antiviolência e de prevenção de álcool e drogas entre os demais integrantes da torcida. Nesta mesma linha, o site oficial da organizada fará postagens periódicas com artigos sobre prevenção de drogas.
No último sábado, por exemplo, 15 dos 19 associados estiveram presentes no batalhão da PM. O torcedor e integrante da torcida Os fanáticos, Salatiel Dias, que participou da atividade, aposta que essas ações comunitárias são uma oportunidade de mostrar o outro lado da torcida organizada. “Aquilo que aconteceu em Joinville foi um acidente de percurso. Vamos aproveitar essa oportunidade oferecida para melhorar a imagem. Todos nós trabalhamos, somos pessoas do bem e queremos fazer de tudo pelo Atlético-PR”, promete.
Fonte: Terra