Roberto Dinamite não será mais presidente do Vasco a partir do próximo dia 20. Após quase três horas de reunião na sede náutica do clube, na Lagoa, zona sul do Rio de Janeiro, o Conselho Deliberativo cruzmaltino decidiu, por maioria de votos dos seus integrantes, não prorrogar o mandato que se encerra dia 19.
O resultado da votação de 215 conselheiros é uma vitória para o ex-presidente Eurico Miranda, que, ao lado do também candidato para a eleição do próximo dia 11 de novembro, não desejava a continuidade de Dinamite até o pleito que ocorrerá em três meses.
Sem Dinamite a partir da próxima semana, o Vasco será comandado por uma comissão até a data da eleição.
Eurico mostrou força entre conselheiros eleitos, beneméritos e membros natos do Conselho Deliberativo para "derrubar" Dinamite e, principalmente, ver seu caminho para a eleição um pouco mais tranquilo, uma vez que a comissão formada para administrar o clube de São Januário não deverá conter a participação dos sócios que entraram no clube entre março e abril de 2013 – integrantes do questionado esquema chamado de "mensalão".
Além de Dinamite, perdem os cargos Olavo Monteiro de Carvalho, presidente da Assembleia Geral, Abílio Borges, presidente do Conselho Deliberativo, Hélio Donin, presidente do Conselho Fiscal, e os conselheiros eleitos no último pleito, em 2011.
A apertada votação foi cercada de polêmica e acusações de grupos políticos opositores. Policiais militares e civis, além de seguranças particulares, fizeram a proteção ao local. Momentos antes, integrantes de torcidas organizadas ligados a Eurico Miranda ameaçavam conselheiros da situação e imprensa que chegavam ao local.
Embora tenham lhe tirado o direito de permanecer no poder do Vasco, Roberto Dinamite tentará dar sua última cartada contra quem considera seus principais opositores: Eurico Miranda, candidato à presidência pela chapa "Volta Vasco! Volta Eurico!", e Roberto Monteiro, da "Identidade Vasco".
O dirigente terá seu mandato encerrado oficialmente somente no próximo dia 19 (terça-feira da semana que vem) e, até lá, pretende assinar contrato com uma empresa de auditoria para realizar um recadastramento nos quase três mil sócios que ingressaram no Vasco em março e abril do ano passado, onde levantaram suspeitas de serem "mensaleiros" por estarem, supostamente, sendo financiados por candidatos à presidência.
Caso isto aconteça, Eurico e Monteiro podem ser prejudicados na eleição de novembro, já que ambos são os principais acusados de terem financiado a associação em massa de sócios que, com o recadastramento, serão impedidos de votar caso não se apresentem com a documentação necessária.
Fonte: UOL