A caminho do Sul-Americano Sub-17 2015, a Seleção Brasileira dirigida por Caio Zanardi cada vez mais é motivo de preocupação. O último de uma série de vários resultados ruins da geração 1998/99 ocorreu na última sexta-feira. Diante do Paraguai, nos pênaltis, o Brasil foi eliminado na semifinal da Copa México de Nações Sub-16 depois de empate por 1 a 1 no tempo normal. Os lances do jogo, transmitido pelo Terra, estão no fim do texto.
Mais preocupante que o resultado é o comportamento do time brasileiro. No torneio mexicano, o time de Zanardi abusou das ligações diretas, só encantou em poucos lances individuais, mostrou sérias limitações técnicas de zagueiros e volantes, e encontrou suas quatro vitórias (Coreia do Sul, Costa Rica, Canadá e México) quase sempre por bolas aéreas e cobranças de falta, quase nunca por um futebol coletivo.
Com foco total ao Sul-Americano, é verdade, o Brasil se formou para a Copa das Nações sem jogadores indispensáveis como Matheus Pereira (Corinthians, meia, 98), Marcelo (Cruzeiro, atacante, 98), Gustavo (Cruzeiro, zagueiro, 98), Eronildo (Vitória, atacante, 98) e Matheus Pet (Vasco, meia, 98). Mesmo assim, o torneio mexicano se mostrou tecnicamente mediano. E o Brasil não se impôs em nenhum momento.
Em outubro de 2013, a mesma Seleção teve força máxima e acabou eliminada na primeira fase do Sul-Americano Sub-15, um fato inédito. Na época, a comissão chegou a reclamar da estrutura de trabalho e condições dos gramados na Bolívia. Mas, na sequência, mais decepções: na Nike Friendlies, com Alexandre Gallo no comando, foi humilhada pelos Estados Unidos. Com superioridade numérica, os americanos tocaram a bola por longos minutos até que o jogo se encerrasse, enquanto o Brasil assistia passivamente (ver aqui). Triste dia para os pentacampeões do mundo.
Em excursão para três torneios na Europa em abril, o time /98 brasileiro não conseguiu mudar sua realidade. Primeiramente, conquistou competição na Espanha ao vencer um clube de Senegal na decisão, mas enfrentou uma série de rivais de qualidade inferior. No desafio seguinte, perdeu para os mesmos senegaleses, agora nos pênaltis. Já no torneio seguinte, o Brasil avançou até a semifinal, e acabou derrotado pelo México.
Nos tempos em que o futebol brasileiro vai ao divã em busca de respostas, o time Sub-17 oferece poucas perspectivas. Em parte por uma geração que parece insuficiente, mas também por trabalho que por ora está distante de apresentar resultados razoáveis. Algo bastante evidenciado pelas apresentações na Copa México de Nações Sub-16.