Apoio de dirigente tricolor à campanha de Júlio Brant causa crise nas Laranjeiras

Quinta-feira, 07/08/2014 - 17:15
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A suposta participação de Jackson Vasconcelos na campanha do candidato à presidência do Vasco Julio Brant fez crescer a pressão de grupos políticos, inclusive da situação, pela saída do assessor da presidência do Fluminense. A corrente contra Jackson ganha corpo, e um episódio na noite de terça-feira - quando após uma reunião semanal entre sócios, conselheiros e beneméritos, cerca de 20 tricolores foram à sala do dirigente, mas não o encontraram - deixou clara a mobilização pela demissão do dirigente. Na manhã de quarta-feira, o presidente Peter Siemsen se reuniu com o assessor, e logo se espalhou a informação de que a saída seria questão de tempo, mas nada confirmado.

Apesar da crise interna, o presidente do clube, Peter Siemsen, se cala sobre a situação. Sequer comentou o episódio do suposto envolvimento de Jackson com a política do rival cruz-maltino. Via assessoria, disse apenas que não iria se pronunciar.

Peter tem sido pressionado pelas correntes políticas a demitir Jackson. Dentro do clube alguns dirigentes próximos ao mandatário são favoráveis à medida. Recentemente, o assessor da presidência chegou a entregar o cargo por discordar das decisões sobre a política de aumento do preço dos ingressos, mas o vice de Projetos Especiais, Pedro Antônio Ribeiro da Silva, que passou a ser o principal conselheiro de Peter, ajudou a fazê-lo desistir da ideia.

Pedro Antônio cresceu dentro da diretoria e hoje é o braço direito do presidente, apesar de nunca ter participado da vida política do clube. Ele e Jackson têm boa relação, ambos são ouvidos por Peter, mas Pedro tem tido mais força, já que as correntes políticas querem minar Jackson. Uma das principais aliadas da situação, por exemplo, já nem dialoga mais com o dirigente, e nem pretende.

Eles entendem que a saída seria uma solução interessante para o clube. Uma das estratégias é sugerir a Peter, se Jackson for demitido, que alguma empresa seja contratada para profissionalizar e ajudar na gestão de crises. Em caso de falta de verba, a solução, porém, pode ser caseira com algum dirigente que já trabalhe no clube.

Durante a Copa do Mundo, Pedro Antônio assumiu, de forma oficiosa, as finanças do clube, quando o então vice Thiago Lauriano pediu para sair por motivos profissionais. Um novo nome ainda não foi escolhido. O vice de projetos especiais também tem sido o contato entre o Fluminense e Consórcio Maracanã. Ele foi a favor do aumento dos ingressos, enquanto Jackson se manteve contrário. O impasse provocou a saída do gerente de arenas Carlos Eduardo Moura. Depois de ter pedido duas vezes seu desligamento, e convencido a ficar, teve o terceiro aceito e despediu-se do clube.

Jackson trabalhou na primeira campanha de Peter e, desde 2010, ocupa o cargo de assessor do presidente. É ele quem controla grande parte das ferramentas da gestão e ainda gere a comunicação institucional do Fluminense. Na época da reeleição de Peter, chegou a pedir para deixar o clube, porém, após um apelo do presidente, decidiu continuar. Foi alvo de críticas internas quando, em janeiro deste ano, teve desentendimento com o então diretor geral Luiz Fernando Pedroso, que deixaria as Laranjeiras. Atualmente, perdeu um pouco de espaço com a ascensão de Pedro Antônio Ribeiro da Silva, vice de Projetos Especiais, que passou a ser o principal conselheiro de Peter.

Fonte: GloboEsporte.com