Em entrevista, Nelson Rocha fala sobre as eleições e suas propostas para Vasco

Sábado, 02/08/2014 - 07:01
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Ex-vice-presidente de Finanças na gestão de Roberto Dinamite e agora candidato à presidência pela chapa Vira Vasco, Nelson Rocha concedeu entrevista à Rádio Manchete e discorreu sobre alguns assuntos, como propostas de campanha, eleições e situação do Vasco. Confira:

Eleições serem realizadas em 6 de agosto ou 11 de novembro?

“Com relação às eleições, nós fomos a única chapa que fez frente à imoralidade que vem sendo praticada no clube, com adesão de sócios em massa entre março e abril do ano passado, que acabou sendo denominado pela imprensa de “Mensalão Vascaíno”. Tudo isso é fruto de um descompasso da secretaria do clube e a falta de organização permitiu que pessoas pudessem ser inscritas. Isso está sendo apurado na 17ª DP, fizemos a notícia criminis no Ministério Público e acabou culminando com o inquérito que está tramitando na 17ª DP, veremos qual será o resultado disso. Estamos lutando para que isso não ocorra, a participação dessas pessoas que estão sob suspeição, primeiro é preciso apurar e, se for o caso, não votar agora e votar em outra eleição. O clube não pode ter uma eleição pautada por essa imoralidade, que na realidade agride a tradição do nosso clube. A questão de ser em 6 de agosto ou 11 de novembro é secundário no sentido de que o que a gente tme que combater é essa imoralidade, não podemos permitir isso. Como o inquérito ainda não foi concluído, melhor seria preventivamente aguardar para que a gente pudesse ter um relatório conclusivo por parte da polícia.”

Plataforma de campanha

“Nós temos alguns princípios e pilares na nossa campanha que foram estabelecidos desde o início, primeiro preparamos uma proposta para depois ter uma candidatura. A rigor, nosso grupo é formado por jovens executivos e poucas pessoas com passagem política pelo clube, mas que têm um sonho de um Vasco diferente, moderno, mais transparente e que possa reconquistar sua fama de Gigante da Colina, um Vasco efetivamente gigante e que possa arrebatar milhares e milhões de pessoas no Brasil afora e também no mundo. O tripé que solidifica nossa campanha é formado por uma estrutura de profissionalismo, com competência e credibilidade das pessoas envolvidas. Em 2009, após o descenso para a Série B, fizemos um planejamento e construímos uma estratégia que culminou num 2011 com o clube de melhor gestão do futebol brasileiro. Depois o Roberto passa a cometer alguns erros, como não cumprir o que tinha sido estabelecido e planejado, saí e agora a ideia de trazer isso, uma administração com base em toda essa experiência. O Vasco não pode mais viver de aventuras e nem retomar ao passado no sentido de ter conteúdo programático, sem planejamento e coisas feitas de forma açoitada, arrogante e muitas vezes truculenta. Além do profissionalismo, há a questão da moralidade e da ética nos processos para que o clube não volte a enfrenta os problemas do passado e terceiro, o conceito de pertencimento. Mas o que é isso? O Vasco precisa resgatar e ter para todos os seus atletas, funcionários, sócios, torcedores o sentimento que você não é algo solto. O atleta faz parte daquela família Vasco da Gama, ele precisa sentir novamente honra e orgulho de estar vestindo novamente a camisa do Vasco, com isso a gente resgata aquele sentimento e faz com que o jogador dê o sangue até os 45 minutos do segundo tempo para poder ter a vitória. Esse sentimento vai passar por todas as áreas do clube, principalmente pelo futebol. Para jogar no Vasco tem que ter honra e orgulho, queremos jogadores que têm honra de jogar no Vasco e não em outro clube. Na gestão profissional, vamos reduzir a estrutura, de 14 vice-presidências para 5 vice-presidências, formaremos um conselho gestor e essas 5 áreas serão replicadas para uma estrutura executiva profissional, que executará essas diretrizes que forem traçadas pelo conselho gestor, formado pelo presidente e os vice-presidente nomeados ou não, mas que são cargos voluntários de pessoas vascaínas que melhor dirão qual caminho e estratégia deverá ser traçada e os executivos executarem essa estrutura.”

Nelson Rocha também fala como espera encontrar o clube após as gestões de Eurico Miranda e de Roberto Dinamite

“O termo herança maldita, no caso do Vasco,tem na política e eu cunhei esse termo muito tempo e é uma verdade. As pessoas não tem a dimensão dos estragos e do mal que foi feito e a irresponsabilidade financeira praticada durante anos a fio e houve consequências mais adiante. Em 2008, teve que se reconhecer um balanço de abertura de R$ 270 mi e que não havia sido registrado, hoje isso representa algo próximo de R$ 450 mi a R$ 500 mi.Isso tudo é fruto dessa irresponsabilidade e essas coisas não acabam do dia para a noite. Dentre os candidatos, eu sou o que tem mais experiência para isso, não só pelo fato de ter sido diretor financeiro de diversas companhias de capital aberto e multinacionais, fui secretário de Fazenda do Estado, tenho um currículo que em credencia para poder enfrentar um momento de crise financeira, esse é o primeiro passo que precisa ter, pessoas com competência, não podemos viver de aventuras. A política do clube tem que ser feita com correção e honestidade, não dá para uma próxima gestão resolver o problema do Vasco, quem disser isso está mentindo, não acontecerá. O clube já vem com algumas negociações que foram feitas no primeiro mandato do Roberto(Dinamite), como o ato trabalhista, que assinamos em 2011, mas foi feito um alongamento de 8 anos, ou seja, sós e termina de pagar o passivo trabalhista herdado em 2019. Quem entrar agora em 2014 vai pagar até 2017 e ainda vai ficar passivo trabalhista para pagar. Houve uma série de comprometimentos, como o Vasco-Barra, que não foi pago, e outros, que vão perdurar por um certo tempo. A questão fiscal, que é a pior de todas, na faixa de R$ 300 mi, precisa também ser equacionada. É preciso ter responsabilidade com o futebol, os dirigentes precisam ser cobrados e ter responsabilidade legal pelos males causados aos clubes, muitas vezes passam e ninguém fica responsável. O futebol precisa mudar, mas também dar essas condições.”

Fonte: Supervasco