A poucos dias da eleição - marcadas para a próxima quarta-feira -, o Vasco faz um jogo no próximo sábado fundamental para a classificação da equipe na Série B. Em 10º na competição, o clube chega à 14ª rodada preocupado com uma arrancada que ainda não veio com o time de Adilson Batista. Mas a tensão eleitoral também preocupa o ambiente do próximo jogo em São Januário, no sábado, contra o Paraná. Na vitória por 2 a 1 contra a Ponte Preta, houve gritos pela volta de Eurico, respostas com vaias, pedidos por Edmundo e ofensas em resposta aos cantos pelo ex-jogador, que apoia o candidato Julio Brant.
Antes da partida, que valeu a vaga nas oitavas, correligionários de cada candidato conviviam em aparente harmonia do lado de fora, com distribuição de panfletos, camisas e adesivos. Carros de som tocavam sambas de Eurico Miranda e Roberto Monteiro, os dois candidatos que se lançaram há mais tempo nas polêmicas eleições do Vasco, que virou motivo de investigação do Ministério Público e da 17ª Delegacia de Polícia de São Cristóvão. De camisas amarelas, o grupo de Julio Brant reforçava o nome do jovem executivo que está sendo apoiado por Edmundo.
Em São Paulo para a transmissão da TV em que trabalha, o ex-jogador acabou sendo lembrado no primeiro tempo quando apoiadores de Eurico Miranda cantaram pela volta do ex-presidente, mas receberam vaias e gritos de "Ah, é Edmundo", que logo receberam coro de volta nas sociais com "Ah, é assassino", em referência ao acidente na Lagoa de 1995 que causou três mortes. Relatos de torcedores nas sociais, com camisas da chapa de Julio Brant, indicam clima hostil e intimidação por parte de organizadas que declararam apoio ao ex-presidente. Na semana passada, no título Carioca conquistado pelo basquete no Municipal, uma briga parou a partida quando vaias e xingamentos foram direcionados a Eurico.
- Saí antes do intervalo do meu lugar porque os caras xingavam e intimidavam. Tudo isso pela cor da camisa e porque apoiamos outro candidato - disse um torcedor que não quis se identificar.
No sábado, é esperado um público maior do que os mais de sete mil que compareceram nesta noite em São Januário. O técnico Adilson Batista e a diretoria tentam esquecer o clima eleitoral para deixar os jogadores concentrados com o objetivo de conquistar outra vitória e subir na tabela na Série B. Mas a apreensão e expectativa rondam os corredores de São Januário.
- Nós estamos tentando blindar o grupo. O Rodrigo (Caetano) sempre nos deixa a parte disso. Nos passa tranquilidade, tanto ele como o Roberto (Dinamite), o Ercolino (de Luca), vice de futebol, então trabalhamos com tranquilidade e não nos envolvemos. Nossa preocupação é com o trabalho e com o time para melhorar a classificação. Depois da eleição, vamos ver. Mas não nos envolvemos com isso - disse o treinador do Vasco.
Fonte: GloboEsporte.com