O adiamento das eleições presidenciais do Vasco do dia 6 de agosto para 11 de novembro ainda repercute em São Januário. Nas últimas horas, os candidatos Eurico Miranda e Roberto Monteiro divulgaram notas oficiais de reclamação diante da decisão do presidente da Assembleia Geral do clube, Olavo Monteiro de Carvalho. Para classificar a mudança, utilizaram palavras como autoritária, ilegal, anti-estatutária, golpista, irresponsável e desrespeitosa. Monteiro, aliás, avisou que vai fazer um pedido de reconsideração. Se não for atendido, irá recorrer à Justiça Comum. Apesar da indignação de ambos, Olavo acredita ter tomado a melhor decisão para o Cruz-Maltino.
O presidente da Assembleia Geral, aliás, garantiu que não tem como voltar atrás. E fez questão de explicar a mudança mais uma vez. A decisão veio depois de um requerimento administrativo da chapa Sempre Vasco, do ex-jogador Edmundo, que tem Julio Brant como candidato. Olavo recebeu o documento na última quinta-feira. O grupo se baseia nos novos prazos do processo eleitoral que a Justiça concedeu a outro candidato, Nelson Rocha. O ex-vice-geral e de finanças havia feito pedidos de exclusão e inclusão na lista de elegíveis, o que resultou em uma nova reunião da Junta Deliberativa do clube no último dia 17 de julho.
- Acho que eles não entenderam direito. A eleição não poderia mais ser realizada no dia 6 de agosto a partir do momento em que o Nelson Rocha conseguiu a liminar. Naquele momento, a lista dos elegíveis foi reaberta, realizamos outra reunião da Junta Deliberativa e precisávamos de mais 60 dias até a data do pleito. Teria de ser em setembro. Já que isso iria acontecer, decidir colocar a eleição em novembro para normalizar a vida política do clube de acordo com o estatuto. Agora todos terão o tempo necessário para trabalhar. A eleição no ambiente que estava não chegaria a nenhuma conclusão. Era uma vergonha. Não tem como voltar atrás. É uma decisão judicial. Não posso contrariar a Justiça e o estatuto do clube - afirmou.
Olavo minimizou também as acusações feitas por Eurico Miranda e Roberto Monteiro. E garantiu que tomou a melhor decisão para o Vasco.
- Eles estão com os interesses contrariados, queriam as eleições no dia 6 de agosto. Mas tomei a decisão de acordo com a minha consciência, com a orientação jurídica e o estatuto. Tenho certeza de que fiz o melhor para o Vasco - frisou.
Confira abaixo o posicionamento de Eurico e Monteiro:
Nota Oficial da Presidência do Conselho de Beneméritos
Na condição de Presidente do Conselho de Beneméritos do CLUB DE REGATAS VASCO DA GAMA, venho repudiar a atitude golpista, irresponsável e desrespeitosa com os demais Poderes do Clube, do Presidente da Assembleia Geral, Olavo Monteiro de Carvalho, de pretender adiar as eleições marcadas para 06 de Agosto.
A decisão monocrática do Presidente da Assembleia Geral não encontra respaldo no Estatuto do VASCO e se insere na tentativa de impedir que o sócio exerça o seu direito de dar novos rumos à Instituição. A tentativa de golpe vem de longe. Primeiro, a manobra era antecipar as eleições para não deixar que parte do quadro social participasse do processo. Agora, passando por cima dos demais Poderes, a tentativa é de jogar o Clube na incerteza, já que o caos administrativo está instalado com a efetiva participação do Presidente da Assembleia.
Mas o quadro social precisa saber que Olavo Monteiro de Carvalho conta com a ajuda do advogado Marcello Macedo, rubro-negro confesso, e cujo objetivo é o de manter o VASCO na segunda divisão do futebol brasileiro. Este seria o quadro desenhado pelo golpismo do Presidente da Assembleia Geral: o Clube sob risco de intervenção, destruído em termos de representatividade, rebaixado esportivamente.
Os Poderes do VASCO têm a obrigação de restabelecer a normalidade do Clube e dar voz ao quadro social para que a Instituição tenha condições de voltar ao seu devido lugar. Quanto ao Presidente da Assembleia Geral, Olavo Monteiro de Carvalho, seu lugar está reservado no lixo da história.
EURICO MIRANDA
Presidente do Conselho de Beneméritos
ADIAR AS ELEIÇÕES É TRAIR OS SÓCIOS E TORCEDORES DO VASCO DA GAMA
A Chapa Identidade Vasco, reunida extraordinariamente, nesse domingo, 27 de julho, aprovou a segunda nota contra a decisão de adiar as eleições do Vasco da Gama. A decisão do Sr. Presidente da Assembleia Geral do Vasco da Gama, Olavo Monteiro, de adiar as eleições que estavam marcadas há dois meses, para que ocorressem no dia 06 de agosto, ofende as decisões judiciais, que negaram esse pedido. Destaca-se que foi uma medida autoritária, ilegal, anti-estatutária, que esconde interesses inconfessáveis, que não podem ser tratados em público. O principal efeito desse adiamento é a prorrogação dos mandatos, dos atuais dirigentes, que são os responsáveis diretos pela maior crise da história do nosso Clube. Nos levaram a segunda divisão, afundaram o Vasco em dividas, atrasam os compromissos de salários e demais despesas e caminham a passos largos para nos manter na segunda divisão. Essa medida não pode prosperar, porque deixará, em definitivo, o Vasco da Gama sem direção.
A Chapa Identidade Vasco, que pautou sua ação na formação de um programa, para que o Club se reencontre com sua torcida e com seus sócios, numa jornada de vitórias e conquistas, não apoia esse golpe contra o Vasco da Gama. Nesse sentido, recorrerá por todos os meios legais contra esse golpe que busca usurpar dos sócios o direito legitimo de votar para escolher os dirigentes do nosso Club, e, conclama a toda sua torcida apaixonada de norte a sul a se manifestar contra essa medida dos desesperados que querem perpetuar no poder.
Não ao adiamento das eleições!
CHAPA IDENTIDADE VASCO
ROBERTO MONTEIRO - PRESIDENTE
Fonte: GloboEsporte.com
