Guto Ferreira reinicia os trabalhos na Ponte Preta a partir da manhã deste sábado. Escolhido para substituir Dado Cavalcanti após uma série de indefinições da diretoria, o treinador será apresentado de maneira oficial às 10h na concentração utilizada pelo elenco, na região do Alphaville. Será a segunda passagem dele pelo Moisés Lucarelli, pouco mais de um ano após ser demitido, durante o Campeonato Brasileiro de 2013. Agora, a missão será reerguer a equipe, que, por tropeços seguidos, distanciou-se do bloco de cima da Série B.
Apesar da pressa de tê-lo no banco de reservas, a Ponte deve esperar mais alguns dias para que isso de fato aconteça. Guto Ferreira teve que adiar a chegada a Campinas em um dia para resolver pendências com o Figueirense em Florianópolis. Sem tempo para conhecer o grupo, a tendência é que só dirija a equipe neste sábado, às 16h20, contra o Vasco, se mudar de ideia. Parraga, interino no meio de semana, continua no cargo por algumas horas. A estreia deve ser contra o mesmo Vasco, só que na quarta, pela Copa do Brasil – é necessário vencer por três gols de diferença para avançar.
O desafio da segunda passagem será parecido com o superado na primeira, quando chegou como aposta para a vaga de Gilson Kleina. Guto Ferreira, que vinha de bom trabalho pelo Mogi Mirim, tinha o desafio de manter a Ponte Preta na elite do Campeonato Brasileiro de 2012. Conseguiu, e com sobras, já que também confirmou uma vaga na Copa Sul-Americana do ano seguinte. O bom trabalho em pouco tempo o fez continuar em 2013, quando a Macaca ficou 19 jogos invicta no Paulistão. Deixou o cargo no meio da temporada, enfraquecido por críticas internas.
A diferença de um trabalho para outro é o excesso de problemas, dentro e fora de campo, que o treinador precisará resolver logo nos primeiros dias no Majestoso. Nas quatro linhas, Guto tem o desafio de arrumar o time emocional e taticamente. A Ponte não vence há quatro jogos (três pela Série B e um na Copa do Brasil) e também não marca gols desde a partida contra o Santa Cruz, no dia 3 de junho. A falta de um armador – perto de ser resolvida com a contratação por empréstimo de Renato Cajá – é o que mais atrapalha o arranque da equipe.
Nos bastidores, a questão mais preocupante é financeira. Com recursos limitados desde o rebaixamento no Campeonato Brasileiro, a diretoria pontepretana tem dificuldades de pagar os salários de funcionários e jogadores em dia. Os vencimentos e direitos de imagens dos atletas estavam atrasados até a semana passada, mas a Macaca usou o dinheiro da venda do zagueiro César para quitar os débitos. O constante atraso irrita o elenco. Cabe ao novo técnico trabalhar para que tais problemas não prejudiquem – ainda mais – a temporada da Ponte.
Fonte: GloboEsporte.com