Os jogadores brasileiros Léo Mattos, Douglas e Matheus, atletas do FC Dnipro, entram em campo hoje para abrir a temporada ucraniana sem saber direito quando e onde serão os próximos jogos do campeonato.
Em meio à decisão de quatro brasileiros do Shakhtar Donetsk de não retornar para a Ucrânia por causa do conflito militar que atinge o país, os de outros clubes vivem a mistura de apreensão e incerteza não só no futebol, mas na vida pessoal por causa de suas famílias.
A reportagem encontrou ontem os três atletas do Dnipro, time de um banqueiro do país e vice-campeão da temporada passada. É uma das principais forças do futebol ucraniano, ao lado de Shakthar, Dínamo de Kiev e Metalist de Khakorv. Recentemente, perdeu o meia Giuliano, que preferiu retornar ao Brasil para jogar no Grêmio.
A estreia do clube na liga local deveria ser em Donetsk, contra o Metalurg, outra equipe da cidade, mas menos expressiva que o Shakthar, atual campeão. A partida, porém, será em Lviv, região oeste, por questões de segurança. É o primeiro jogo da rodada, que continua amanhã.
A reportagem entrevistou os jogadores no aeroporto de Dnipropetrovsk enquanto esperavam o embarque para Lviv. Apesar do clima descontraído ao encontrar um jornalista brasileiro, não escondiam a preocupação, inclusive por ter que jogar em campo neutro já na primeira rodada.
"Temos medo e o que mais preocupa é um possível fechamento do aeroporto, porque é a nossa forma de fuga se a situação piorar", disse o zagueiro Douglas, ex-Vasco.
Para o lateral Léo Mattos, ex-Flamengo e Figueirense, o temor se mistura à necessidade de cumprir o seu contrato de três anos. "Eu respeito a decisão dos colegas do Shakthar, até porque em Donetsk está pior. Mas tenho mulher e filho comigo aqui. Não posso sair sem saber como vou sustentá-los. É um dilema. Por enquanto, não posso ir embora", diz.
Fonte: Folha Online