Emprestado ao Macaé, Romário Corrêa, do Vasco, cogitou largar o futebol após perder o irmão

Por onde andara Romário? O atacante de 22 anos, que surgiu no Vasco em 2012, foi emprestado a um clube português no ano seguinte, depois ao Boavista no início de 2014... Por onde ele andava nos últimos meses, se não havia se reapresentado aos treinos do Cruz-maltino, equipe que detém seus direitos? Romário estava por aí, acredite, pensando em desistir da carreira de futebol. Uma realidade talvez distante para quem viu o jogador no último sábado, em sua estreia com a camisa do Macaé, garantindo a vitória contra o Duque de Caxias pela Série C do Campeonato Brasileiro e extravasando em sua comemoração. Foi o seu recomeço.

A comemoração à la Cristiano Ronaldo, batendo com a mão no peito e repetindo "eu estou aqui!", segundo ele, foi um desabafo. Depois da dolorosa morte do irmão, depois de atuações apagadas no Campeonato Carioca, depois de um momento abalado psicologicamente, o jogador que tem nome de craque estava de volta.

- Foi um gesto para dizer que eu voltei, já que estava parado, prestes a largar o futebol. Minha cabeça estava um pouco fora do profissionalismo. Foi um desabafo mesmo - explica.

Romário foi uma aposta e tanto da diretoria do Macaé. Desde o fim de seu contrato de empréstimo com o Boavista, clube por onde disputou poucas partidas e marcou apenas um gol, o atacante estava em Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense, repensando a carreira com a família. Há poucos meses, seu irmão, de 32 anos, morreu por conta de uma doença que atacava o pulmão. O choque, segundo ele, foi grande.

O Macaé, então, entrou em contato com ele e o convenceu a voltar. Durante a paralisação das competições nacionais por conta da Copa do Mundo, sua contratação foi anunciada. Romário chegou acima do peso e fora da forma física, consequências do tempo de inatividade. Mesmo assim, foi relacionado para a partida contra o Duque: começou no banco. No decorrer do jogo, foi chamado pelo técnico Junior Lopes e entrou para decidir o jogo, cujo placar, àquela altura, marcava 0 a 0. Sofreu o pênalti, que ele mesmo converteu.

- Ah... Significou muito. Foi o começo de tudo, esse momento tão especial. É como um recomeço para mim, eu estava abaixo de zero, com o psicológico muito abalado. Minha família me ajudou muito, meus amigos. Graças a Deus - comemora ele.

Com Romário provavelmente no banco, o Macaé no próximo sábado, para enfrentar o Mogi Mirim, às 16h, no Estádio Moacyrzão, em Macaé.

Fonte: GloboEsporte.com