Rodrigo Caetano: 'A parada foi providencial para nós por vários motivos'

Terça-feira, 15/07/2014 - 19:38
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Pouco mais de 40 dias providenciais para o Vasco. Assim o diretor executivo de futebol do clube de São Januário, Rodrigo Caetano, avalia o período de preparação para o reinício do Campeonato Brasileiro da Série B e da Copa do Brasil. Depois de um início irregular na competição (ocupa a 10ª posição com 14 pontos), o Cruz-Maltino teve tempo para recolocar a ordem na casa: recuperou plenamente seus jogadores lesionados, deu melhor condição física aos que estavam voltando de problemas e espera colocar tudo em prática já nesta terça-feira, dia do confronto diante do Santa Cruz, em Cuiabá. Fatos que somados ao retorno do estádio com torcida e à contratação do atacante Kleber formam o combustível vascaíno para voltar à elite do futebol nacional em 2015.

A partida na Arena Pantanal será a última da punição imposta pelo STJD em razão da briga entre vascaínos e torcedores do Atlético-PR na última rodada do Brasileiro 2013. No próximo sábado, o time do técnico Adilson Batista volta a jogar em São Januário com a presença em massa de seu público - o que não acontece desde maio -, contra o América-RN.

- A parada foi providencial para nós por vários motivos. Jogamos os primeiros jogos com muitos jogadores lesionados e tivemos dificuldades. Conseguimos recuperá-los completamente e dar mais condição física a outros que também estavam voltando de lesão. Voltar a São Januário será também outro fator relevante. Sem falar na chegada de um jogador como o Kleber. Desde janeiro falávamos da tentativa de trazer um jogador de referência para o ataque e só agora conseguimos. Não é fácil convencer um atleta do nome do Kleber a disputar uma Série B e acreditar em nosso projeto. As dificuldades existem, mas tentamos sempre mostrar a todos que o Vasco continua sendo uma grande marca, tem uma grande torcida e muita história. Estamos muito confiantes para o retorno do Brasileirão. Chegou a hora de traduzir tudo isso em campo.

Preocupação com a gestão do futebol

Durante a paralisação, Rodrigo acompanhou também a Copa do Mundo. A organização e competência da campeã Alemanha contrastaram com a participação do Brasil na competição. Após o vexame diante dos próprios alemães na semifinal, surgiram muitas críticas à forma como o futebol brasileiro está sendo conduzido. Referência em sua área, Caetano reiterou sua opinião e voltou a clamar por mudanças na legislação brasileira para defender os clubes.

- Já que não temos uma situação econômica, do país e dos clubes, que permita a manutenção dos jogadores por mais tempo, temos que modificar a legislação. Não só visando o retorno financeiro, mas sim a parte técnica. Hoje em dia o jogador é negociado antes mesmo de ter sua formação plena. E paga-se um preço elevado por isso, com o fracasso de algumas gerações. Se o jovem não tem um período de amadurecimento em seu clube, a probabilidade de bater na Europa e voltar é grande. Ou então de ir parar em mercados alternativos. Há uma década os brasileiros eram protagonistas em todos os clubes. Agora é cada vez mais raro - frisou.

O dirigente pediu também uma mudança de infraestrutura nos cargos técnicos para que seja estabelecida uma metodologia a ser seguida.

- O cargo político é importante para estabelecer diretrizes, mas quem vai aplicar a metodologia é o cargo técnico. E não falo somente do treinador em si. Está na hora de se valorizar cada vez mais esses cargos de gestão. Temos que melhorar a estrutura como um todo. A responsabilidade não pode ser toda do técnico. Ele é importantíssimo, mas não deixa de ser mais uma peça da engrenagem. Não se pode ser refém da metodologia de um técnico que amanhã ou depois vai sair. Ai a filosofia cai por terra. Considero uma crueldade execrarem o Felipão. Por isso que a estrutura precisa ser maior. Não pode cair tudo sobre o treinador. A filosofia tem que partir da instituição. Defendo a montagem de uma estrutura permanente. Não falo de nomes e sim de funções. É preciso definir as funções necessárias em uma estrutura organizacional. Executivo, supervisor, logística, são exemplos. Definido isso, os dirigentes políticos preenchem os cargos.

Fonte: GloboEsporte.com