O Vasco que retomará as competições após a paralisação para a Copa do Mundo promete vir em outra versão. Não só de postura e evolução física e técnica, mas nas peças e no desenho tático. Guñazú volta à equipe e quem sai não é um companheiro da posição. Adilson Batista decidiu observar a formação com três volantes e aboliu os atacantes nas pontas. Assim, com a chegada de Kléber e a entrada de Thalles, até Edmílson, artilheiro da temporada com 13 gols, esperará sua vez no banco.
O treinador, no entanto, não trata a mudança como definitiva e garante que a escolha tem a ver com as alternativas disponíveis no momento. Ele lembra que, devido às circunstâncias, já teve de utilizar a garotada após o Carioca, competição na qual ainda tinha Everton Costa e Reginaldo.
- Quem dá a condição é o próprio atleta. E é o clube que te dá a característica. Comecei de um jeito no estadual, mudei, passei a ter o Douglas como central, dando liberdade a ele, terminei de outro jeito... Tive que recorrer aos meninos, foram bem e agora estamos encontrando um jeito até em função dos jogadores também. Estou só arrumando os espaços e o próprio atleta vai te dar essa condição de escalar - explicou Adilson.
O aparente esquema mais cauteloso, normalmente visto com contrariedade pelos torcedores, não se refletiu nos jogos-treinos. O Vasco derrotou Atibaia e Guarani com ampla superioridade e muita participação de Pedro Ken, pela esquerda, e Fabrício, pela direita, alinhando com Dakson, que será o meia na ausência de Douglas. Na maioria das vezes, o time colocou seis jogadores ao redor da área do adversário. O comandante gostou e revelou um pedido para equilibrar mais as investidas, que foram mais concentradas por um lado.
- Atacamos muito pelo lado direito e até cobrei o esquerdo para ter mesmo volume. São atletas (Ken e Fabrício) que chegam, que sabem servir, dão dinâmica no jogo e precisam ser utilizados com a bola no pé e como elementos a mais. Vi essa disposição e entrosamento neles.
Pedro Ken também aprovou a decisão e acredita que é possível ver o melhor do Vasco em breve.
- Acho que é importantíssimo ter uma definição tática e nos encontramos assim. Muita gente fala de jogar com três volantes, mas dá para jogar com qualidade assim, tanto defensiva quanto ofensivamente. Ganhamos muito em posse de bola, os dois jogadores que entram (Guiñazú e Kléber) são experientes. Eu e o Fabrício temos característica de chegar como homem surpresa e está dando muito certo. Espero que possa funcionar dentro da competição.
Quem vai segurar a onda na marcação é o argentino Guiñazú, que não se incomoda com a fama de carregador de piano. Aos 35 anos, se diz acostumado e também aposta na ajuda mútua.
- Foram positivos os testes. Com dois, três volantes, só muda um pouco o esquema, mas sabemos o que temos de fazer. Todo o time chega no gol, sabe surpreender. É característica do jogador, se o Adilson acha que tem que ser assim, depende muito de nós e da nossa atitude fazer dar certo. Estamos preparados e tranquilos. A gente está aí para isso, sou volante, mas temos que sair no momento certo. Os dois lados têm que chegar, sempre alternando.
O primeiro desafio da nova formação é na terça-feira, contra o Santa Cruz, às 21h50m, na Arena Pantanal, em Cuiabá, pela 11ª rodada da Série B do Campeonato Brasileiro.
Fonte: GloboEsporte.com