A chapa Vira Vasco já tem em mãos as listas de sócios eleitores e elegíveis que solicitou através da Justiça. O clube cumpriu a decisão judicial na tarde de quarta-feira e submeteu o documento ao grupo liderado pelo ex-vice de finanças Nelson Rocha. A alegação era que outros candidatos já teriam tais informações indiretamente e se comunicavam com os votantes há mais tempo.
Agora, o movimento de oposição tem cinco dias para impugnar ou não nomes contidos nos relatórios. A partir desta análise, decidirão se vão tentar utilizar o estatuto para adiar o pleito, marcado para 6 de agosto, já que a escolha do novo presidente só poderia acontecer 60 dias após a liberação formal da lista. A Vira Vasco vai se reunir para discutir o assunto.
- Reafirmo que não temos interesse em adiar a eleição, principalmente porque a cada dia que passa aparece um problema diferente. Agora houve esse contrato longo com a Umbro, que descumpriu um acordo. Não sei se vamos forçar, a tendência, hoje, é que isso não aconteça - explicou o advogado Rogério Peres Fernandes, que está à frente do caso.
O iminente vínculo de três anos e meio com a nova fornecedora vem causando discussões e pressões cada vez mais fortes. O diretor geral Cristiano Koehler, responsável por conduzir as negociações, afirmou que os valores são superiores aos da Penalty, e contestou que a próxima gestão possa obter um acordo melhor. Posteriormente, o próprio Nelson Rocha, em nota, citou o envolvimento direto de Eurico Miranda, candidato à presidência, nesta situação e no dinheiro repassado pela Ferj que pagou dois meses de salários atrasados.
- É muita coincidência o Vasco ter acertado com a mesma empresa que foi fornecedora do clube de 2003 a 2005, mesmo período em que o ex estava à frente do clube. Antes, não se entendiam. Hoje, se juntam para resolver problemas na Ferj. Essa coincidência é um forte indício de que a aproximação entre os dois (Eurico e Dinamite) é muito maior do que possa parecer.
Nos bastidores, as correntes políticas aguardam o desfecho, mas trabalham com a data previamente estabelecida e também não desejam "prolongar a agonia" do Vasco. O único obstáculo que, por outra via, pode atrapalhar o andamento é o dito "mensalão", cuja investigação ainda corre na Polícia e talvez não chegue a conclusões antes do fim do mês.
Caso os envolvidos na adesão em massa entre março e abril de 2013 permaneçam aptos a votar, as chapas prometem agir para que isso aconteça, pelo menos, em urnas e locais separados, de modo a comprovar um suposto favorecimento aos acusados Eurico e Roberto Monteiro.
Se o pleito de fato for passado para setembro ou outro mês, o mandato de Roberto Dinamite acabará e será definido um interventor ou uma junta para comandar o clube no período.
Fonte: GloboEsporte.com