Luiz Gustavo, 26 anos, profissional desde 2006 e com apenas três partidas no Mineirão em toda a sua carreira. A quarta e mais importante de todas virá nesta terça-feira, às 17h (de Brasília), na briga com a Alemanha por uma vaga na final da Copa. Nesta altura, no entanto, o titular indiscutível de Felipão poderia contar com uma rodagem muito maior no estádio: ele foi oferecido e recusado pelo Cruzeiro em seu início no futebol.
O episódio aconteceu em 2007.
Descoberto pelo Corinthians-AL atuando como zagueiro na segunda divisão alagoana, o volante precisou de apenas um ano para se adaptar à nova função e deixar a campanha semifinalista do clube no estadual como um dos destaques.
Berço de nomes como Pepe, Hulk e Deco, o time tricolor sempre se caracterizou pela revelação de jogadores e venda para o exterior.
Não seria diferente com Luiz Gustavo. Antes de tentar negociá-lo para fora do país, o presidente de honra João Feijó tentou, contudo, encontrar um possível interessado dentro do mercado nacional. Bateu, então, na porta do Cruzeiro e conversou com o seu diretor de futebol, Eduardo Maluf, hoje no Atlético-MG.
"Ele chegou a ser oferecido para o Cruzeiro. Na época, o Maluf até conversou, mas disse que não tinha interesse porque não sabia a real posição dele, como atuava e deixou passar. O nosso objetivo era emprestá-lo e fomos atrás também do Rodrigo Caetano no Vasco. A mesma resposta", relembra Feijó ao ESPN.com.br.
Sem espaço na primeira divisão, o camisa 17 da seleção - um dos números de sorte de Felipão ao lado do 7 e do 11 - foi parar no CRB e participou da excelente Série B feita pelo clube, que terminou a seis pontos apenas do acesso. Em todo esse período, ele já vinha sendo seguido pelo olheiro do Hoffenheim no Brasil, Tomas Fedel, que ficava baseado em Curitiba e viajava para ver os jogos.
"Para você ver como é o futebol, o Tomas acabou levando o Luiz Gustavo para o futebol alemão justamente porque ele jogava como zagueiro, volante e lateral-esquerdo", afirma o cartola.
Do Hoffenheim, o volante se transferiu para o Bayern de Munique em um negócio de R$ 47 milhões e hoje se encontra no Wolfsburg - uma alternativa feita por conta da perda de espaço nos bávaros e a preocupação com a Copa do Mundo. Ele é membro de uma legião de atletas na seleção que deixou o país antes mesmo de se destacarem, caso ainda de Dante, Maxwell e David Luiz.
"Meses atrás mesmo oferecemos um lateral-esquerdo para muita gente, o Djavan. Agora ele acertou com o Benfica e ninguém quis aqui. Me perguntaram uma vez como todos esses caras seguem direto para fora e expliquei que isso acontece porque os brasileiros não valorizam, basicamente não confiam", analisa João Feijó.
Negado uma vez, o Mineirão poderá ser o palco do passo mais importante da carreira de Luiz Gustavo até aqui. Os canais ESPN e o WatchESPN transmitem ao vivo o confronto com a Alemanha nesta terça-feira.
Fonte: ESPN.com.br