O argentino Alfredo di Stéfano, ídolo do Real Madrid que morreu nesta segunda-feira, aos 88 anos, protagonizou situação inusitada ao ser rival do Vasco da Gama três vezes em menos de um mês, defendendo três clubes diferentes, em uma mesma excursão do cruz-maltino à Europa em 1955.
Vinculado ao Real, o ex-atacante tinha conquistado o título de campeão espanhol quando foi cedido para Valencia, Deportivo La Coruña e Barcelona, que acabaram cruzando o caminho do Gigante da Colina em amistosos disputados em solo espanhol.
O primeiro a contar com 'La Saeta Rubia' ('A Flecha Loira') foi o Valencia - que Di Stéfano treinaria em três oportunidades posteriormente -, em 22 de maio de 1955. Na ocasião, houve empate em 3 a 3, com o argentino marcando um dos gols, segundo levantamento do jornalista e pesquisador André Schmidt.
Sete dias depois, o confronto foi contra o La Coruña, em partida que serviu para homenagear o meia Julián Cuenca, um dos grandes ídolos do do clube galego. Dessa vez, Di Stéfano foi ofuscado por grande atuação do Vasco, que venceu por 6 a 1. Campeões mundiais em 1958, Bellini e Vavá estavam em campo.
Por último, em 12 de junho de 1955, foi a vez do argentino vestir - pela única vez na carreira, a camisa do Barcelona. Há divergências quanto ao placar do jogo. Pesquisadores brasileiros apontam vitória por 1 a 0 dos catalães. Na Espanha, há registros de que o Barça levou a melhor por 6 a 2.
Di Stéfano, contudo, também enfrentou o Vasco vestindo a camisa do Real Madrid. Os dois clubes fizeram seis jogos entre 1956 e 1961, e em pelo menos quatro deles a presença do craque foi registrada. Dois destes encontros aconteceram por competições que tinham status de campeonato mundial, que não era disputado oficialmente na época.
Foram duas partidas na "Pequena Copa do Mundo", disputada em 1956 na Venezuela, que também tinha Roma e Porto. No turno, o Real venceu por 5 a 2, e no returno, em jogo que decidiu o título na última rodada houve empate em 2 a 2, que valeu a taça para a equipe espanhola.
Em 1957 o confronto foi pelo Torneio de Paris, e o Vasco levou a melhor por 4 a 3 na decisão. Válter Marciano, duas vezes, Vavá e Livinho anotaram os gols do clube carioca. Di Stefano, Mateos e Kopa descontaram para os 'blancos'.
Outro duelo entre os dois clubes aconteceu em 1961 e teve como palco o Maracanã. Dessa vez o craque argentino passou em branco, e o placar acabou empatado em 2 a 2, diante público de 122.038 pessoas, de acordo com levantamento do pesquisador André Schmidt.
Fonte: Terra