A novela da negociação entre Vasco e Penalty, que se arrasta há pelo menos dois meses, voltou a se complicar. Depois da aproximação para o acordo por mais seis meses, a empresa ainda não deu aval e a renovação segue emperrada, a apenas cinco dias do fim do contrato. A situação causa apreensão, já que a partir de julho não haverá mais reposição de material e nem liberação de verba, cujo adiantamento, em caso de final feliz, já havia sido solicitado pela diretoria.
A solução pode sair da extensão por um ano - a princípio aceita pela fornecedora. Em reunião do Conselho Deliberativo do clube, na semana passada, Roberto Dinamite se comprometeu a não assinar nenhum novo compromisso amplo, com o intuito de que a próxima administração possa definir os novos rumos. A eleição está marcada para o dia 6 de agosto.
No entanto, agora não há mais tempo hábil para atrair outra opção imediata devido ao processo de confecção de uniformes, que costuma demorar no mínimo três meses. Por essa razão, grupos políticos já se envolvem para tentar contornar o impasse e indicar saídas. O fato é que diante das indefinições que marcam o clube de São Januário, apesar da visibilidade, nenhuma empresa de renome parece disposta a investir pesado. Em 2001, quando se viu em cenário semelhante, a gestão de Eurico Mirança lançou a grife própria VG. A ideia durou um ano até a Umbro assumir.
Aliás, o Vasco recebeu proposta recentemente da mesma Umbro, que não agradou, e foi sondado pela Kappa, representada no Brasil pela SPR, parceira de linhas casuais e responsável pelas lojas Gigante da Colina. O sonho de ter a Nike não evoluiu pela atenção dada a Copa do Mundo e pela rigidez dos métodos da multinacional e seu controle total sobre a produção.
A relação entre o Cruz-Maltino e a Penalty vem causando dor de cabeça nos últimos tempos. Críticas sobre a qualidade do material, repasses de royalties e até troca de acusações de desvio de remessa ocorreram com certa frequência. Os torcedores entraram em ação e criaram um site com a contagem regressiva para o adeus da empresa, reunindo informações, notícias e opiniões para comprovar a rejeição. Por outro lado, o sucesso das camisas número três e a construção da megaloja no estádio são argumentos para aliviar as tensões.
O acordo foi firmado em 2009 por conta de uma dívida de cerca de R$ 8,5 milhões do clube, abatida em dezenas de parcelas. Desde 2011, porém, o contrato é alvo dos poderes do Vasco, que aguardam auditoria prometida na época. O Conselho Fiscal acredita que, além de itens não cumpridos (como uma loja no Nordeste), alguns milhões, previstos em documentos entregues nos balanços realizados pela diretoria, ficaram pendentes pelo caminho.
Em pacto por sigilo, as partes evitam fala publicamente sobre as tratativas e apenas confirmam que as conversas estão em andamento e, no tempo certo, será divulgada um desfecho.
Fonte: GloboEsporte.com