Alvo de parte da torcida do Vasco por causa das más atuações recentes na Série B, Adilson Batista conseguiu uma trégua com a vitória por 2 a 0 sobre o Boa Esporte, em Varginha-MG, na terça-feira. O treinador desabafou sobre a situação incômoda e não fugiu da crítica em relação às constantes mudanças na equipe cruz-maltina. Ele deu até o exemplo do atacante Yago e explicou que a sua transparência faz com que o rodízio não manche sua imagem com o elenco, que lhe deu apoio no momento difícil.
- O Vasco é maior que todo mundo, tem muitos títulos, uma torcida apaixonada, então tem que tratar o treinador com um pouco de carinho também (risos). A gente não é de ferro, a gente trabalha, se entrega, se dedica, tenta fazer as coisas acontecerem e fazer um bom jogo, mas às vezes não é possível. Eu não faço média com jogador e tento colocar aquilo que é melhor no momento, vou dando oportunidade, cabe a eles aproveitarem. E, se não der certo, coloco outro, e é assim que funciona. Eu não posso ter tanta paciência e esperar ele fazer dez jogos para ver se tem capacidade de estar entre os 11 que começam o jogo. O Yago não entrou bem no jogo passado (Portuguesa) e já foi melhor (contra o Boa Esporte). É assim que a gente trabalha - explicou.
Depois de cinco meses intensos de trabalho e 32 partidas disputadas, Adilson comemorou o período de descanso. Serão 12 dias em Curitiba para recarregar as baterias antes da retomada dos treinos no caminho rumo à elite. Além de pedir paciência à torcida, ele lembrou as dificuldades que vinha tendo para armar a equipe no mês de maio.
- Chegamos a ter sete lesões, mais quatro chegando e mais dois subindo (da base). Às vezes você vai tendo um pouco de dificuldade para acertar o time e é isso que vocês têm que entender. Quando trabalho com três volantes ou três na frente, ou então quando fiz três zagueiros pela qualidade de saída deles, são necessidades. Mas não deu certo. Já fiz linha de quatro com o Luan de lateral e o time melhorou, aí cabe ao treinador avaliar, mas só acontece porque estamos trabalhando firme desde janeiro. Não vai ser chegando outro (técnico) que vai ouvir este ou aquele e resolver. Não é assim que as coisas funcionam nessa troca. A gente vê o reflexo em alguns clubes quando caem (para a Série B), é só pegar o histórico: quatro treinadores e 150 jogadores - destacou.
O Vasco treinará em Pinheiral, no sul-fluminense, e depois em Atibaia, interior de São Paulo, até as vésperas da final da Copa do Mundo no país, pois São Januário e até o CFZ - local alternativo de trabalho - estão cedidos para a Fifa e abrigarão seleções.
Fonte: GloboEsporte.com