A diretoria do Vasco contratou o cardiologista Gustavo Gouvêa para cuidar do atacante Everton Costa, que teve um quadro de arritmia cardíaca durante o jogo com o Resende, pela Copa do Brasil, em São Januário. O fato ocorreu em abril, e o médico passou a estudar outros casos de esportistas para que pudesse aplicar a cirurgia do atleta.
Na próxima semana, ele será submetido ao implante de um Cardioversor-Desfibrilador Implantável (CDI). Este dispositivo tem como finalidade reverter qualquer alteração grave do ritmo do coração. Com isso, o dispositivo é acionado e evita uma parada cardíaca. O desfibrilador atua automaticamente ao reconhecer um distúrbio no ritmo do coração, conseguindo executar a função de bombeamento do sangue.
Para o cardiologista Gustavo Gouvêa, ter outros atletas atuando com o CDI é sinal de que o atacante Everton Costa pode ter esperanças em voltar aos gramados depois de outubro.
“Surfistas, esquiadores, maratonista e até atletas do rugby utilizam este desfibrilador e não há registro de óbito. E olha que estamos falando de esportes com alto risco e esforço individual muito grande”, alertou o médico.
Everton Costa já tem conhecimento sobre o pós-operatório. Durante uma semana, ele não vai poder levantar o braço, pois o implante é feito pela clavícula, fazer nenhum tipo de esforço, além de ter acompanhamento mensal com os médicos. O prazo inicial para a liberação termina em outubro, mas o cardiologista admite que esta decisão não será de uma pessoa só.
“A decisão vai ser da equipe médica do Vasco, que tem o Clóvis Munhoz como chefe, o atleta, o clube e a família. Claro que vou participar, mas esta não é uma decisão só minha”, frisou o médico, que descarta qualquer problema em futuros exames antidoping.
“Ele vai tomar remédio para o resto da vida, mas nada que o impeça de atuar”, destacou Gustavo Gouvêa, que não conhece um caso de jogador de futebol no Brasil que use o desfibrilador. “Pelo mundo, vi relatos de mais de 20 jogadores atuando com o desfibrilador. No Brasil, não sei de nenhum caso”, disse o médico.
Em pacientes com o histórico semelhante ao do atacante Everton Costa, o risco de quem pratica atividade física é 2,5 vezes maior de fazer uma nova arritmia. Por isso, o implante do desfibrilador é fundamental para o jogador poder voltar aos gramados.
Fonte: Terra