Em julgamento de mais de uma hora de duração, realizado na noite desta quinta-feira no Tribunal de Justiça Desportiva do Rio de Janeiro, a polêmica final do Campeonato Carioca de 2014 não foi impugnada. O empate de 1 a 1 entre Vasco e Flamengo, que deu o título ao Rubro-negro, permanece inalterado. O recurso, que primeiro havia sido negado pelo TJD-RJ, foi levado ao tribunal e contou com a participação do assistente Luiz Antonio Muniz e do árbitro daquela partida, Marcelo de Lima Henrique. Eles negaram má-fé no lance do gol de empate do Flamengo, marcado por Márcio Araújo em impedimento, e na produção da súmula, convencendo os auditores do tribunal que não havia motivo para levar adiante o pedido de impugnação da partida. Por unanimidade, seis votos a zero, o recurso vascaíno foi negado no TJD-RJ. O Cruz-Maltino estuda se ainda leva o caso adiante e se recorre ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD).
O auditor relator do julgamento, o vice-presidente do tribunal, Marcelo Jucá fez duas perguntas ao bandeirinha - perguntou o que aconteceu no lance e se ele usou de má-fé -, com mais dois questionamentos da mesa do tribunal - a respeito do tempo de profissão e se já havia estado no TJD-RJ. O advogado do Vasco, Marcello Macedo, fez 15 perguntas ao assistente, tendo sido negadas cinco pelo auditor relator, entre elas se o assistente viu a bola de Douglas entrar no gol do clássico Vasco e Flamengo ainda na Taça Guanabara. Para Marcelo de Lima Henrique, depois de três questões da mesa, foram mais cinco do advogado do Vasco. O árbitro disse que a súmula foi composta em no máximo 40 minutos após a partida e que não tomou conhecimento do verdadeiro autor do gol no estádio.
Em sua fala, Macedo disse que saía do tribunal mais convencido ainda de que houve um erro de direito e não de fato no erro da partida.
- Os depoimentos de árbitro e assistente corroboram tudo aquilo que o Vasco colocou sobre a impugnação. Não consigo acreditar que dentro de um estádio de futebol, mais de 60 mil pessoas gritando o nome do jogador que fez o gol, nenhum dos dois árbitros tenha ouvido. O quinteto de arbitragem tem toda sorte de ter acesso às imagens do jogo e não acredito que não tenha conhecimento de que o gol foi de outro atleta. O bandeirinha disse que conhece perfeitamente as regras, estava bem colocado, viu que Márcio Araújo estava em posição irregular. Aqui se encontra a possibilidade do tribunal rever posicionamento de rever esse jogo.
Os advogados do Flamengo e da Ferj, que participou como terceira interessada no julgamento, tentaram desmontar a defesa vascaína. O rubro-negro considerou uma "hipótese lúdica" a de erro de direito da arbitragem. Nos votos, os auditores seguiram o voto do relator auditor e mantiveram o resultado da final entre Flamengo e Vasco. Na sustentação do voto, Marcelo Jucá lembrou que onde via o jogo o narrador disse que o gol era de Nixon, em primeiro momento.
Fonte: GloboEsporte.com