Conheça a história de Niginho, o atacante vascaíno que foi à Copa de 1938 mas não pôde atuar

Domingo, 08/06/2014 - 12:17
comentário(s)

Niginho foi ídolo do Palestra Itália, hoje Cruzeiro, e o primeiro belo-horizontino convocado para uma Copa do Mundo. Porém, Leonízio Fantoni – seu nome de batismo – foi para o Mundial de 1938, disputado na França, como jogador do Vasco. Apesar de ser um goleador nato, o primeiro grande ícone cruzeirense não teve condições de jogar a Copa, tudo por conta da forma que deixou a Lazio.

Artilheiro celeste e apelidado de “carrasco dos clássicos”, por conta do bom desempenho diante dos rivais Atlético e América, Niginho foi contratado em 1931 pela Lazio, clube italiano que já conhecia bem a família Fantoni, pois Ninão (irmão) e Nininho (primo) atuavam pela equipe italiana. Por lá foram quatro anos, até que ele foi convocado para defender a Itália: não a seleção italiana, mas sim o exército italiano.

Recém-casado, Niginho não queria se afastar de sua mulher, Ana, nem lutar numa possível guerra. Por conta disso, retornou ao Brasil com autorização da Lazio, que ainda pagou os custos da viagem. De volta ao país natal, foi defender outro Palestra, o de São Paulo, mas sem o aval do clube italiano, o que o fez ser considerado irregular.

Os italianos ameaçaram fazer a denúncia para a Fifa. Reserva de Leônidas da Silva, Niginho seria a opção natural com a contusão do titular. Mas, com medo de uma punição, Leônidas acabou sendo escalado para enfrentar a Tchecoslováquia no jogo-desempate, já que, na época, não existia prorrogação ou pênaltis.

Apesar da classificação do Brasil à semifinal, o técnico Ademir Pimenta perdeu seu centroavante titular. A contusão do Diamante Negro se agravou. Assim, diante da própria Itália, o Brasil não contou com os dois jogadores da posição: Leônidas, machucado, e Niginho, ameaçado, pois era considerado um desertor na Itália.

Maior artilheiro. Com 25 gols marcados diante do Atlético, Niginho é o maior goleador do Cruzeiro nos confrontos com o principal rival. Contra o América, foram 47

A caminho da Toca. Niginho era funcionário do Cruzeiro, em 1975, quando teve um mal súbito e morreu. Ele estava a caminho da Toca da Raposa para ver antigos amigos

Fantoni III. Todos da Família Fantoni usaram o sobrenome quando jogaram pela Lazio. Terceiro a chegar à Itália, Niginho se tornou o Fantoni III



Fonte: O Tempo (texto), Site Mauro Prais (foto)