Os problemas enfrentados pelo atacante Jobson, que está com salários atrasados e com seu passaporte retido na Arábia Saudita, não são a primeira polêmica escancarada pelo Al-Ittihad, equipe que o contratou. Há quase dois anos, o clube asiático comprou o meia Diego Souza do Vasco e, até hoje, o Cruzmaltino não viu a cor dos cerca de R$ 5,2 milhões a que tem direito, mesmo após a Fifa ter dado ganho de causa aos brasileiros.
O próprio Diego é outro que também ainda busca na entidade máxima de futebol ser ressarcido do calote. Na época, ele só recebeu parte da luva de transferências e não obteve nenhum mês de salário.
A venda aconteceu em julho de 2012. Na ocasião, foi selado o compromisso do Al-Ittihad em efetuar o depósito de 5 milhões de euros (R$ 13,2 milhões na época), sendo 33,3% desta quantia pertencente ao Vasco e o restante ao grupo de investimento Traffic.
O pagamento, porém, não foi feito e, em setembro daquele ano, o Cruzmaltino acionou a Fifa, cobrando ainda multa e juros. A entidade, então, deu ganho de causa aos cariocas e o valor total da dívida subiu para 6 milhões de euros (R$ 15,8 milhões), com o Vasco tendo direito a receber os cerca de R$ 5,2 milhões.
Em março do ano passado, ainda aplicando o calote, os árabes procuraram um acordo com o clube de São Januário e a Traffic, onde foi proposto o parcelamento da quantia. As partes interessadas, no entanto, se mostraram receosas, temendo que somente as primeiras prestações fossem pagas, fato que motivou-as a não aceitar.
"Estamos fazendo todos os passos em conjunto com o Vasco. Houve uma tentativa de acordo que não se concretizou", admitiu Fernando Gonçalves, executivo da Traffic.
Enquanto esteve na Arábia Saudita, Diego Souza passou pelos mesmos problemas de Jobson não só com a questão dos salários atrasados como também com a retenção do passaporte. Sua rescisão unilateral foi obtida somente após auxílio do Ministério das Relações Exteriores e de ação na Fifa pelo advogado Marcos Motta, que ainda calcula um longo tempo para a definição do caso.
"As ações são independentes. A do Vasco e da Traffic é com relação ao valor de transferência, a nossa diz respeito ao valor de salário. Correm em separado, mas acredito que ainda demore mais um ano", disse Marcos Motta, que agora também defende Jobson.
Além da dupla, enfrentaram também tais problemas o atacante Obina e os meias Renato Cajá e Lima.
Na Confederação Asiática, o advogado luta para que o Al-Ittihad perca sua licença da entidade, o que o impedirá de participar da Liga dos Campeões. Motta ainda busca uma proibição ao clube de contratar estrangeiros.
O Vasco, por sua vez, não vê a hora de receber o dinheiro, uma vez que o clube passa por sérios problemas financeiros e tem dificuldades para honrar seus compromissos.
Fonte: UOL