Inaugurado em 8 de março de 2004, o Colégio Vasco da Gama vive um de seus maiores momentos de orgulho em meios as dificuldades em que se encontra. Criado para oferecer estudos aos atletas do clube, ele hoje conta com o maior número de alunos no futebol profissional.
Treinados sob o comando do técnico Adilson Batista, dez jogadores aprenderam as mais diversas disciplinas nas pequenas salas construídas nas dependências de São Januário. São eles: o goleiro Jordi, os zagueiros Luan e Jomar, os laterais Henrique e Lorran, o volante Danilo, o meia Jhon Cley e os atacantes Thalles, Marquinhos e Yago.
Luan, que chegou ao clube ainda adolescente de Vitória (ES) e estudou no colégio desde o 7º ano, lembra com carinho deste período.
"São boas as lembranças. Me formei ali e fiz muitos amigos. O colégio contribuiu bastante na minha vida e na minha formação. Nunca vou me esquecer desta escola", declarou.
Há também exemplos de quem utilizou os estudos do Colégio Vasco da Gama para buscar um algo a mais fora dos gramados, caso do atacante Marquinhos, que chegou a passar para uma faculdade de Educação Física, que não pôde exercê-la ainda em função de sua carreira.
Para Luan, é motivo de orgulho hoje ver todos juntos alcançando o sonho de chegar ao profissional:
"Fico muito feliz. Não só por eles terem estudado comigo ali mas, principalmente, porque são amigos de profissão e nos conhecemos há muito tempo. Sabemos como é difícil chegar no time principal de um grande clube. Por isso, torcemos muito uns pelos outros. É um momento muito gratificante".
Em 2009, o aluno João Marcos Quintanilha foi aprovado no vestibular de Educação Física da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e Caio Vinicius de Oliveira Amaro obteve bolsa de 100% em uma universidade particular por sua nota no ENEM.
Além dos jogadores atuais, também estudaram no Colégio Vasco da Gama os meias Phillippe Coutinho (Liverpool-ING) e Alex Teixeira (Shaktar Donetsk-UCR), o atacante Alan Kardec (São Paulo), o meia Souza (Sâo Paulo), entre outros.
Colégio vive grande crise
Apesar dos frutos que a instituição está rendendo, o momento é de dificuldade. O pioneiro projeto tem sofrido problemas para ser sustentado desde 2012. O clube alega ter que arcar com seus próprios recursos os funcionários, alimentação, materiais didáticos, carteiras, mesas e outros equipamentos da sala de aula. O resultado foi um corte considerável no quadro de trabalhadores e alunos e até mesmo o fechamento da escola já foi cogitado.
Após a morte súbita do adolescente Wendel Júnior Venâncio da Silva, de 14 anos, no centro de treinamento de Itaguaí, o Ministério Público impôs uma série de sanções e exigências após denúncias graves de descaso tanto da escola quanto do CT. O Vasco, então, teve que se adequar e promoveu algumas obras para melhorar a estrutura dos locais.
Vez por outra, porém, a 1ª Vara da Infância e Juventude promove inspeções surpresas para fiscalizar as condições gerais oferecidas para os jovens.
O clima entre os professores, de um modo geral, é de insatisfação.
Fonte: UOL