Vascaína, jogadora de rúgbi Baby Futuro, da Seleção Brasileira, lamenta fim do apoio do Vasco à modalidade

Domingo, 04/05/2014 - 19:02
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Esporte que fará parte do programa olímpico da Rio-2016, com partidas em Deodoro, em seu formato "sevens" (sete atletas de cada lado), o rúgbi vem trabalhando em sua organização interna no país, para ter um desenvolvimento que vá além dos Jogos. Se no masculino, a seleção brasileira, mais conhecida como Tupis, ainda luta para ser mais forte que Argentina, Uruguai e Chile, por exemplo, no feminino, a equipe nacional é a atual decacampeã sul-americana, dominando o cenário no subcontinente.

No caso do Grande Rio, o tradicional Niterói Rugby, fundado em 1973, conta com equipes masculina e feminina. No caso das meninas, estas adotaram recentemente um novo apelido, o de N'kityes, como explica a jogadora Baby Futuro.

- O time feminino já existe há uns 16 anos, mas resolvemos criar este apelido, como já acontece com times e seleções de rúgbi que são famosas em todo o mundo. Nossa seleção brasileira já é conhecida como Tupi, tanto no masculino quanto no feminino. A seleção da Nova Zelândia é chamada de All Blacks (atua sempre de preto), e a da África do Sul, que aparece no filme "Invictus" (que mostra como Nelson Mandela uniu brancos e negros daquele país e torno da campanha e da conquista do Mundial de 1995, em casa), é chamado de Springboks (antílope local), a Argentina tem os Pumas, e a Austrália, os wallabies (nome de um marsupial daquele país) - explicou Baby. - Achamos que sería bom para o marketing da equipe se tivéssemos um apelido. Atualmente, temos 15 meninas treinando, já que no Brasil o feminino tem apenas equipes de sete.

O rúgbi tem duas modalidades. Além da versão "menor", com sete jogadores em cada time, seja no masculino ou no feminino, há a versão tradicional, a do rúgbi 15, isto é, com 15 de cada lado, que é a versão do Mundial.

Para as Olimpíadas, foi aprovada a versão sevens. Apaixonada pelo esporte, Baby que tem a palavra Futuro como sobrenome, aposta no crescimento dessa modalidade.

- As N'kityes estão trabalhando para atrair mais meninas, já que uma das exigências da Confederação Brasileira de Rúgbi (CBRu) é a de que, a partir do ano que vem, todos os clubes tenham equipes sub-16 - disse Baby.

Ela explicou que as meninas têm treinado na Praia de Icaraí, em frente à Rua Lopes Trovão, em Niterói, ou no campus da UFF no bairro Gragoatá:

- Às segundas e quartas-feiras, temos treinos para as meninas mais novas, às 17h, e às 19h, na Praia de Icaraí. É grátis e basta chegar lá. Eu mesma sou a treinadora. Já o time principal treina às terças-feiras às 18h, na Praia de Icaraí, e às quintas, às 18h, na UFF/Gragoatá.

No Estado do Rio existem atualmente outras seis equipes femininas que disputam o Carioca com as N'kityes: Villa Real, também de Niterói; Tijuca Rugby; Guanabara; Volta Redonda; Friburgo Rugby; e Itaguaí Rugby.

Neste fim de semana, Baby, de 28 anos, viajará para a Europa com a seleção brasileira de desenvolvimento (uma espécie de seleção de novatas). Ela ainda se recupera de artroscopia no joelho esquerdo, o que a impediu de disputar o Sul-Americano no Chile, mas será a capitã da equipe. A seleção já dispõe de um CT em São José dos Campos e tem treinadores estrangeiros:

-Vamos jogar em Londres, vamos disputar o Amsterdam Sevens, na Holanda, de 16 a 18 de maio, o Centrale 7, em Paris, em 24 e 25 de maio, e também vamos treinar e jogar em Bruxelas.

Para Baby Futuro, o rúgbi brasileiro necessita de uma melhor estruturação de seus clubes.

- Seria bom se tivéssemos clubes de rúgbi com boa estrutura. Entre os clubes de camisa (de futebol), até onde eu sei, só o Corinthians tem time de rúgbi sete. O Vasco chegou a ter uma escolinha, mas infelizmente o projeto acabou (depois que São Januário deixou de ser a sede escolhida para o rúgbi nas Olimpíadas) - afirmou a atleta, que é vascaína. - De qualquer forma, a CBRu está trabalhando para além de 2016. Sabemos que outros países estão tecnicamente mais adiantados que nós, como Nova Zelândia, Austrália e Inglaterra, mas nós pensamos sim em lutar por uma medalha de bronze no feminino, no Rio.



Fonte: Blog Radar Olímpico - O Globo Online