Ballothalles, Thallismã...Não faltam apelidos para o camisa 39 do Vasco. Uma das recentes revelações das categorias de base do clube, o atacante recebe cuidados especiais da diretoria e do técnico Adilson Batista. Recentemente, teve seu contrato prorrogado por mais três temporadas, com direito a multa rescisória milionária. A comissão técnica, no entanto, sempre mostra cautela ao falar do jogador. Constantemente pedido pela torcida, o jovem de 18 anos ganhou sequência no time titular com a lesão de Edmilson. Após um mês de jejum, Thalles desencantou na última quarta-feira contra o Treze. E renovou a esperança da família Penha, em São Gonçalo.
O novo xodó vascaíno, no entanto, não tem nenhum talismã, como lhe sugere o apelido dado pelos torcedores. O número 39, por exemplo, foi uma sugestão do clube. Perguntado sobre o que lhe trazia sorte após um dos seus gols no Campeonato Carioca, Thalles definiu o trabalho como seu amuleto. A mãe Guiomar vai pelo mesmo caminho. Sem citar nenhum objeto, gesto ou mania que traga sorte ao atacante, ela diz que a fé salvou a carreira de seu filho. Em casa, no entanto, o apelido que vale é Zunga.
- A torcida criou vários nomes e isso dá força a ele. Mas acho que o talismã do meu filho é a fé que ele tem. O pai é religioso e sempre estamos falando no assunto. O próprio Thalles posta muitas coisas na internet falando de Deus. Mas aqui em casa ele é Zunga. Nem sei dizer como isso começou, mas vem desde pequeno - revelou dona Guiomar.
A fé, segundo ela, foi responsável por curar Thalles de um estranho problema. Aos 13 anos, o jogador já defendia o Vasco. Tinha até uma foto com o ídolo Edmundo que ficava pendurada no trabalho de Guiomar. Certa vez, a recordação foi atacada por cupins, que destruíram as pernas da jovem promessa na imagem. Ao mesmo tempo, Thalles começou a sofrer um problema nas pernas. Elas tremiam sem parar. A solução, de acordo com a mãe, veio depois que o menino passou a frequentar a Assembleia de Deus de Vista Alegre com o pai.
- Foi muito estranho. Ele tinha essa foto com o Edmundo que ficava no meu salão. Ai cupins começaram a comer a perna dele na imagem. Logo depois ele teve esse problema nas pernas, que tremiam sem parar. Thalles tinha 13 anos e já jogava no Vasco. Achei que tinham feito algum trabalho com meu filho, fiquei preocupada. Ele mesmo achou que não fosse mais conseguir jogar. Graças a Deus conseguimos superar isso sem sequer ir no médico. Levamos ele para a igreja e passou. Toda vez que ia na missa o Thalles chorava muito. Acho que foi alguma reação nervosa que causou aquela tremedeira - resume a mãe do atacante.
Esforço na renovação e cuidados especiais
Fã de Drogba e Balotelli, Thalles foi titular nas últimas quatro partidas do Vasco. Depois de ter atuações abaixo da média contra Flamengo, América-MG e Luverdense, o atacante ganhou a atenção especial de Adilson na última terça. Deu certo. Com dois gols em Campina Grande, o camisa 39 parece ter reencontrado a confiança. Algo que o próprio treinador sempre acreditou, mas sem deixar de pedir calma com o promissor jogador - que já tem 25 jogos e nove gols pelo clube. Os cuidados especiais partem também da diretoria cruz-maltina. Recentemente, o clube fez um esforço grande para renovar o contrato de Thalles até 2017. Para o diretor executivo de futebol Rodrigo Caetano, o jovem tem todas as características para brilhar no Vasco.
- O cuidado especial que temos é fazê-lo entender que mesmo sendo jovem tem a mesma responsabilidade dos demais. Fizemos um esforço para renovar com ele, e a expectativa sobre o Thalles é grande. Ele sabe disso. Cobramos disciplina à parte técnica. Mas a cobrança é a mesma sobre os demais. É um bom garoto e tem todo o perfil para ser um grande centroavante: força, velocidade, impulsão. Acredito muito nele - frisou Caetano.
Fonte: GloboEsporte.com