O caso de racismo envolvendo o lateral Daniel Alves ainda repercute no Brasil e foi um dos principais temas do noticiário nesta segunda-feira. Em entrevista à Rádio Globo, o treinador do Flamengo, Jayme de Almeida, falou sobre a situação e revelou que foi vítima de racismo mais de uma vez e que chegou a ser preso em uma ocasião.
"Já fui descriminado várias vezes aqui no Rio, até pela minha cor de pele. Teve um episódio, que não gosto muito de contar, mas que aconteceu comigo. Ganhei convites para um baile de carnaval na Zona Sul do Rio. Estava indo atrás das meninas que me convidaram, e ao passar pela Cruzada, bairro do Rio, um senhor entrou em uma delegacia e chamou um policial. Ele foi atrás de mim e acabei preso por um dia por causa da cor da minha pele", revelou o treinador.
Com seu jeito discreto, Jayme quis encerrar o assunto e lamentou que casos de racismo ainda estejam presentes no futebol mundial. Quem também falou sobre a situação que envolveu Daniel Alves, foi o ex-jogador Juninho Pernambucano, que questionou a falta de posicionamento de alguns atletas sobre o tema.
"A Espanha é um país racista. O europeu no todo é um povo racista e gosta de atingir os jogadores estrangeiros com essas atitudes. O Daniel foi rápido e agiu muito bem. Gostaria de ouvir uma declaração de atletas como Xavi, Iniesta e Puyoul, que até agora não falaram nada sobre essa agressão ao companheiro de equipe", analisou Juninho.
Segundo o jogador seria importante a opinião de tais jogadores. Mas Juninho também cobrou uma posição de Pelé.
"Falta também uma declaração do Pelé, que é negro e o melhor jogador do mundo. Ele precisa falar sobre esse assunto", finalizou.
Fonte: UOL