Arena Joinville vem se destacando por problemas extracampo nos últimos meses

Domingo, 20/04/2014 - 21:29
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Há quatro meses, a Arena Joinville tem chamado a atenção por acontecimentos alheios ao futebol. Ainda que a torcida do JEC esteja presente e empurre a equipe, que está invicta nesta temporada em casa, o palco do time do Norte catarinense virou notícia nacionalmente e não de uma forma positiva, muito menos com o que ocorre apenas em campo.

De 8 de dezembro de 2013, com o episódio de barbárie entre torcedores de Vasco e Atlético-PR à noite do dia 18 de abril de 2014, em que o duelo diante da Portuguesa foi interrompido por uma liminar, o estádio parece viver um período de inferno astral. Não bastasse, durante a final do Campeonato Catarinense, até a possibilidade de não ocorrer o jogo foi levantada.

O JOGO INTERROMPIDO

Na última sexta-feira, o cronômetro indicava 16 minutos do primeiro tempo da partida entre Joinville e Portuguesa quando, em função de uma liminar obtida por um torcedor na 3ª Vara Cível do Foro Regional da Penha, em São Paulo, o delegado responsável pelo jogo interrompeu a partida. A decisão, uma tutela antecipada, determinou que fossem devolvidos os quatro pontos perdidos pela Lusa na Série A do ano passado pela escalação irregular do meia Héverton, na última rodada, contra o Grêmio. Isso livraria a equipe do rebaixamento que foi determinado em julgamento no STJD, em dezembro.

Os jogadores da Lusa foram para o vestiário, o que revoltou os torcedores do Joinville na arquibancada. Eles gritaram “vergonha!” e mostraram notas de dinheiro, cobrando pelo valor dos ingressos. O árbitro da partida, Marcos André Gomes da Penha (ES), entregou a súmula da partida em branco para que a CBF resolva o que fazer. A entidade divulgou uma nota que diz que o ato apresentado ao delegado do jogo não tem eficácia jurídica e que a Portuguesa responderá por abandono no STJD.

ARENA PALCO DE SELVAGERIA

O tempo foi quase o mesmo da paralisação de Joinville x Portuguesa, na última sexta-feira, mas o jogo não parou de imediato. Naquele dia 8 de dezembro de 2013, o Atlético-PR recebia o Vasco, quando aos 17 minutos do primeiro tempo uma briga entre torcedores na arquibancada da Arena Joinville passou a ser a principal atenção, quando os paranaenses venciam por 1 a 0. Depois de uma hora e dez minutos, em que dirigentes e autoridades discutiram que rumo tomar, a partida voltou a ser disputada.

Um grupo de torcedores do Furacão e outro de cruz-maltinos protagonizaram cenas de selvageria, com trocas de socos e pontapés. A polícia demorou a agir e, somente depois de alguns minutos do início da confusão, alguns oficiais apareceram para conter o tumulto. Quatro pessoas removidas pela equipe médica foram levadas para o Hospital São José, em Joinville. Eles foram identificados como Estevão Viana, 24 anos; William Batista, 19 anos; Gabriel Ferreira Vitael, 29 anos; e Diogo Cordeiro da Costa Ferreira, 29 anos. Estevão e William, paranaenses, enquanto Gabriel e Diogo, cariocas.

No dia da confusão, três torcedores do Vasco foram presos em flagrante por tentativa de homicídio. Em 19 de dezembro, a Polícia Civil fez uma operação denominada "Cartão Vermelho" para cumprir 28 mandados de prisão preventiva. No dia 19 de março, a Justiça catarinense revogou a prisão preventiva de dois dos torcedores do Vasco envolvidos na briga. Assim que saiu a o resultado, Leone Mendes da Silva, de 23 anos, e Arthur Barcelos Lima Ferreira, de 26, foram soltos. Os dois respondem processo por tentativa de homicídio e outros crimes. Eles eram os únicos torcedores envolvidos na confusão generalizada que ainda estavam presos na Penitenciária Agrícola de Joinville. Leone foi o responsável pelo ataque a um homem com uma barra de ferro e chocou o país com as imagens. Outros 17 torcedores haviam sido soltos pela Justiça entre janeiro e fevereiro.

FINAL DO CATARINENSE EM XEQUE

No sábado que antecedeu a primeira decisão entre Joinville e Figueirense, marcada para o dia 6 de abril, o Ministério Público de Santa Catarina (MP-SC), por meio de uma ação civil pública, fez valer o descumprimento da administração do estádio do Termo de Ajustamento de Conduta, o TAC, firmado em 2010, e pediu a interdição do espaço utilizado pelo clube do Joinville. Conforme a decisão, problemas no plano de prevenção de incêndio foram as irregularidades apontadas pelo MP-SC. Como o juiz de plantão, Rodrigo Lepper, não teve tempo hábil para analisar o pedido, o jogo ocorreu normalmente no dia 6 de abril e teve o segundo maior público do catarinense: 17.087.

Dois dias depois da final do estadual, no dia 15, onde o Figueirense se sagrou campeão, a prefeitura de Joinville conseguiu a liberação do estádio para que o clube pudesse estrear em casa na primeira rodada da Série B, diante da Portuguesa. O Tribunal de Justiça concedeu à Fundação Municipal de Esporte, Lazer e Eventos de Joinville, a Felej, o efeito suspensivo da decisão que interditava o estádio de forma parcial.

Fonte: GloboEsporte.com