Com um time construído entre o meio do ano passado e o início de 2014, o Vasco teve o mérito de se acertar durante o Campeonato Carioca e chegar sob elogios na decisão do estadual. Só que, apesar da vontade de ser campeão, provavelmente nenhum jogador tem sentido tanto a perda do título para o Flamengo do que Luan. Único titular formado nas categorias de base do clube, o zagueiro vive a rivalidade há um longo tempo e enfrentou sua primeira final como profissional. O técnico Adilson Batista aproveitou para bater um papo com o camisa 14 e pedir superação, principalmente diante do desfalque de Rodrigo, que ficará um mês fora.
O receio é que o abatimento se estenda para a partida contra o Resende, nesta quarta-feira, em São Januário, quando o Vasco precisa evitar sofrer gols, senão pode complicar sua passagem à segunda fase da Copa do Brasil. Rafael Vaz recebeu a chance ao lado de Luan, mas é um jogador que ainda não se firmou com uma sequência de boas atuações e vem sendo ritmo.
- Mesmo sendo torcedor, o que é importante para vestir a camisa, a partir do momento em que vira um profissional e assina um contrato, ele tem que agir com a razão. Tem de estar bem focado e concentrado. Foi o que o Luan fez até aqui. A conversa qur tive com ele foi mais para passar a experiência e pedir para ele acrescentar algo mais agora que precisamos dele. Já foi capitão de seleção de base e está em uma evolução desde que cheguei - afirmou Adilson.
No trato geral, o zagueiro está de cabeça fria, tentando assimilar o golpe do gol irregular aos 46 minutos e consciente do rendimento que o colocou entre os melhores da posição no campeonato. Ainda assim, inspira cuidados para que a frustração não influencie. Por isso, com carreira vitoriosa como zagueiro, Adilson não deixa de incentivá-lo a cada oportunidade.
- Já fui jovem como ele e tive a oportunidade de jogar com outros mais experientes que me ajudaram muito. Aquela conversa também é mais para lembrar de valorizar o desempenho dele no Carioca. Jogou muito bem, mesmo com 20 anos, e tem muito a crescer. São cobranças para que ele não deixe de pensar assim - ponderou.
O restante do elenco ouviu palavras de apoio do diretor executivo Rodrigo Caetano, que passou tranquilidade e confiança e recebeu em troca respostas positivas. A dor da derrota, segundo o comandante, não pode ser maior do que a determinação para alcançar os próximos objetivos.
- Já conversamos, o Rodrigo teve papo importante passando aquilo que a diretoria pensa sobre o trabalho, que foi bem feito. Mostrou situações que desde janeiro temos feito com qualidade. E eu, como tenho experiência nisso, já perdi, já ganhei, sei que precisamos reagir o mais rápido possível. É um jogo mais importante ainda o que vem por aí, contra um adversário que já conhecemos (Resende) e vamos ter foco para vencer e depois pensar na Série B.
A possibilidade de encontrar São Januário com pouco público em clima melancólico não incomoda o "psicólogo" Adilson, que ressalta a grandeza do clube.
- Eles entram ali dentro para ganhar sempre e só o fato do prazer de jogar futebol, e o fato da grandeza do Vasco já são motivação suficientes. Evidente que gostarísamos ter casa cheia, com os jogadores sendo incentivados. Pela perda da forma que foi, os que vierem ainda vão apoiar. Os torcedores viram bons jogos aí. Precisamos passar pelo Resende para recuperar esse ânimo.
Fonte: GloboEsporte.com