O vice-campeonato carioca de 2014 causou feridas profundas no Vasco. Principalmente pela forma como ele aconteceu, com um com irregular do Flamengo nos minutos finais da decisão. O vice-presidente de futebol, Ercolino de Luca, por exemplo, pediu 10 dias de licença do cargo. O diretor executivo Rodrigo Caetano também chegou a pensar em medidas drásticas. Estava decepcionado com o mundo do futebol. Mas depois de muito refletir, o dirigente avisou na última segunda-feira que não vai abandonar o barco cruz-maltino.
- Pensei em tomar (uma medida drástica), mas era uma questão pessoal mesmo. Além de profissional, sou torcedor também. A decepção de trabalhar de forma correta, da melhor maneira possível, e acreditar que isso vai lhe trazer uma recompensa com conquistas e ver tudo ir por água abaixo por causa de um erro é grande... Perder e ganhar é do jogo, mas essa decepção me fez pensar em algumas coisas. Defendo a profissionalização de todos os envolvidos no futebol. O único que faz parte do espetáculo e não é profissional é o árbitro. Não é apenas um jogo, é a nossa vida, a nossa profissão. Nesse contexto que isso me fez repensar até onde vale a pena insistir nisso. Mas é uma coisa de foro íntimo e peço a compreensão de todos para não entrar mais em detalhes - resumiu Rodrigo Caetano após o treinamento em São Januário.
Durante seu pronunciamento sobre o erro que tirou o título estadual do Vasco, Caetano falou que não acredita em coincidências. Perguntado se acreditava que a falha da arbitragem havia sido premeditada, ele rechaçou a hipótese.
- Não acho isso. Não poderia trabalhar em um ambiente que permitisse isso. Com toda a honestidade, não acredito. Creio em incapacidade e defendo que todos sejam passíveis de punição. Um título tira empregos e por isso não podemos ter amadores em campo. As consequências são grandes. Quando digo que não acredito em coincidências é porque se trata de uma sequência de fatos. É o mesmo bandeira do gol do Douglas, o mesmo que anulou o gol do Vasco na final da Taça Guanabara de 2013. Vale um estudo para ver até que ponto esse árbitro está preparado para trabalhar em uma partida desse tamanho. Como diz a máxima: quem bate esquece, mas quem apanha vai se lembrar sempre. É o que tem acontecido com o Vasco. Não podem encarar isso como choro de perdedor. É uma reclamação de quem vem apanhando muito. Não acredito em coincidência. Acredito na má preparação dos árbitros e até mesmo em uma má vontade conosco - disse.
Thalles não encara o Resende
Passado o erro e as reclamações, Caetano quer o Vasco focado no Resende, adversário dessa quarta-feira pela primeira fase da Copa do Brasil. A equipe pode ter até cinco desfalques neste confronto. Edmílson, Rodrigo e Guiñazu têm problemas musculares. Já Thalles e Danilo estão com a seleção sub-20 em um período de treinos em São Paulo. A diretoria vascaína chegou a pensar em pedir a liberação de Thalles, mas mudou de ideia.
- Não vamos mais tentar. Dessa forma, Thalles e Danilo estão fora dos dois próximos jogos do Vasco. Não jogam pela Copa do Brasil na quarta e nem pela estreia da Série B no sábado.
Vasco e Resende empataram em 0 a 0 na primeira partida, em Manaus. As duas equipes voltam a se enfrentar na próxima quarta-feira, às 22h (de Brasília), em São Januário. Qualquer vitória simples classifica o Cruz-Maltino. Nova igualdade em 0 a 0 leva a decisão para os pênaltis. Já o time do Sul-Fluminense se classifica com vitória ou qualquer empate com gols.
Fonte: GloboEsporte.com