O diretor de futebol do Vasco, Rodrigo Caetano, fez um pronunciamento em que deixou claro que quase deixou o cargo após o clube perder o título com um gol irregular do Flamengo. Ele informou que o clube não acredita em coincidência com os erros sucessivos, exaltou o compromisso dos jogadores e convocou a torcida para comparecer ao jogo desta quarta-feira, contra o Resende, pela Copa do Brasil, em São Januário.
– Novamente lamentamos a perda do título da forma que foi. Mesmo sendo profissional, todos nós temos a nossa paixão pelo que se faz. Além da frustração ao sair do Maracanã, também pela forma como tudo ocorreu, como foi tratado. Se para muitos o futebol é recreação, para nós, que vivemos disso, é muito sério. Por trás de todos nós existem milhões de vascaínos, e os representados no Maracanã saíram com a tristeza, voltaram por acreditar na equipe, esperança essa frustrada por um erro de aplicação de regra. O que tem sido frequente no caso do Vasco. Os erros sucessivos deixam de ser coincidência – disse o dirigente.
Caetano, também detonou o presidente da Comissão de Arbitragem, Jorge Rabello, a quem atribuiu responsabilidade pelo erro que deu o título do Estadual ao Flamengo. Segundo o dirigente, causou estranheza o gol ser atribuído a Nixon na súmula, e não Marcio Araújo, que estava impedido, como disse nota da Ferj.
- A origem da nota se deve ao fato de o árbitro ter dito que o atleta que fez o gol estava em posição regular. O jurídico está levantando as teses de que isso possa ser concatenado. A nota oficial não muda nada. Causa estranheza é o árbitro e os assistentes afirmarem após tomar banho, estarem calmos, que o atleta que fez o gol foi o Nixon e não o Marcio Araújo - afirmou Caetano.
O diretor foi bastante duro nas críticas a Jorge Rabello, que negou o pedido do Vasco de ter árbitros de fora do Rio.
- A solicitação foi negada formalmente. Existe um presidente da Comissão de Arbitragem que responde por isso. Nao mudou e escalou os assistentes. Que julgou serem os melhores, mas que tem esse histórico. Esse sistema de veto não se pratica. Gostaria de separar muito bem as minhas críticas, que não tem nada a ver com a Ferj. São direcionadas a quem não sabe recebe-las, o presidente da COAF, que se coloca acima do bem e do mal, respondeu com ironia - detonou.
Por fim, Rodrigo Caetano já adiantou que as chances de o Vasco precisar vencer seus jovens valores para cobrir a perda financeira com o título perdido é grande. Thalles e Luan são alguns exemplos.
- É claro, bom que o torcedor saiba. Não apenas pelo insucesso. Isso hoje é uma necessidade. Dificuldades são grandes e mais cedo ou mais tarde vai ter que utilizar seus ativos, estudando as melhores propostas. Acontece com todos os clubes e nós nessa situação caótica, vamos infelizmente ter que utilizar isso. Que bom que temos jovens promessas, e quando tiver necessidade extrema se utilizar a venda desses ativos.
Veja o pronunciamento na íntegra:
"Novamente lamentamos a perda do título da forma que foi. Mesmo sendo profissional, todos nós temos a nossa paixão pelo que se faz. Além da frustração ao sair do Maracanã, também pela forma como tudo ocorreu, como foi tratado. Se para muitos o futebol é recreação, para nós, que vivemos disso, é muito sério. Por trás de todos nós existem milhões de vascaínos, e os representados no Maracanã saíram com a tristeza, voltaram por acreditar na equipe, esperança essa frustrada por um erro de aplicação de regra. O que tem sido frequente no caso do Vasco.
Os erros sucessivos deixam de ser coincidência. Lembro de 2011, quando o Vasco foi prejudicado em dois clássicos se perdeu o título brasileiro. Ano passado o mesmo assistente na final da Taça Guanabara anulou um gol do Vasco e impediu o título. Depois, na Taça Rio, o Gaúcho perdeu seu emprego. E onde está trabalhando? Então precisa de seriedade. O de ontem foi o mesmo que não auxiliou no gol do Douglas. O Vasco não acredita em coincidência.
Em 100 dias, trabalhamos aqui com limitações financeiras, montamos equipe que pra maioria seria coadjuvante, e acho que foi protagonista. Basta ver os confrontos em clássicos. O que era para ser somente indgninação, de orgulho, ontem pensei em tomar uma decisão mais drástica na minha profissão, me fortaleci pra continuar, pelo carinho da torcida e os jogadores. Não é fácil reunir, parabenizar, e mais uma vez dizer que nos foi tirado o direito de comemorar.
Não existe campeão moral. Não tem titulo, não tem taça. Espero a torcida na quarta-feira apoiando. Novamente o Vasco tem nos próximos meses adversidades, na Série B teremos portões fechados, será uma das poucas oportunidades no Rio na Copa do Brasil. Que tenhamos a dor, a cicatriz olhamos para lembrar, mas quarta-feira precisamos de apoio. Tivemos jogadores atuando no sacrifício, e eu venho fazer um agradecimento público de tudo que foi realizado nesses cem dias que estou aqui", disse o dirigente.
Fonte: Extra Online