Árbitro já questionado antes da final do Campeonato Carioca, Marcelo de Lima Henrique teve que ouvir novas reclamações dos torcedores vascaínos, tendo em vista que o gol de empate do Flamengo saiu de forma irregular, com impedimento do volante Márcio Araújo, e o troféu foi para a Gávea. Marcelo afirma que sempre procura realizar um trabalho com excelência, e lamentou o erro do auxiliar Luiz Antônio Muniz de Oliveira, que não viu a irregularidade no lance:
“É mais uma decisão na nossa carreira, uma partida muito difícil, e a gente tentou fazer o melhor como sempre e infelizmente o trabalho da equipe não foi no final com excelência, mas dentro de campo a gente fez o melhor e assinalamos o que vimos. O trabalho todo é em equipe, não é hipocrisia, cada um tem sua responsabilidade e trabalha firme. Em campo, a gente viu o gol do Nixon, não tivemos contato com mídia nenhuma, nem com replay. Alguns narradores gritaram o gol do Nixon, outros não gritaram gol nenhum, mas depois vendo no zoom vimos que quem empurrou a bola foi o Márcio Araújo, a posição era irregular, mas vida que segue. Isso aí é futebol, tem o jogo no campo, e se todo mundo olhar o lance a reação de todos foi de gol normal, mas não podemos brigar contra a imagem. A gente tenta fazer o melhor e a responsabilidade é de todos.”
Questionado se houve alguma comunicação e sensação de algum problema no gol de Márcio Araújo, Marcelo de Lima Henrique rechaçou:
“Na hora do gol não houve sensação de que foi irregular, ficamos com a imagem de que teria sido gol do Nixon, não houve comunicação nenhuma.”
O árbitro revela seu sentimento após um erro que mudou o resultado e o rumo do Campeonato Carioca:
“Por mais que os torcedores e alguns dirigentes possam não acreditar, a gente está ali com o propósito de legitimar o placar. Sabemos que as pessoas conjecturam muitas coisas, falam muitas coisas, mas são passionais, e falando por mim, estou triste porque queremos legitimar o placar, independente de equívoco ocorrido por alguém. Eu fico triste, independente de ser equipe A ou B, eu como homem do futebol quero o melhor para o futebol, independente se vai doer na minha pele ou de outra pessoa. A gente entende as revoltas dos torcedores, mas no futebol a velocidade do jogo aumenta cada vez mais e há equívocos no jogo do campo, de repente se fosse em 1998 ou 1988, não teria essa repercussão. Queremos acertar sempre, mas se hpa equívoco dentro da equipe, a gente fica aborrecido por sermos homens do futebol, queremos o melhor para o futebol.Não gosto de fugir do que as pessoas conjecturam, ficam falando bobagem, mas eu respeito, há o lado A e o B, as pessoas usam do jeito que fizer, faz parte. Não estou para esconder meus posicionamentos e minhas emoções.”
Marcelo de Lima Henrique finaliza sua entrevista à Super Rádio Brasil analisando a polêmica em que sua esposa se envolveu durante a semana, com a declaração de que o vice-campeonato do Vasco já era certo, e diz que lição pode ser tirada do episódio:
“A gente faz parte de uma geração e uma sociedade doente, infelizmente. Tudo o que ela posta numa rede social é usado para o bem e para o mal e há pessoas que ficam 24 horas por dia e usam as coisas para o mal. Minha esposa dentro de um contexto com um professor e numa postagem bem grande conversou uma coisa pessoal e pessoas tiraram uma frase dela. Ela, como esposa de árbitro, não podia ter falado, tem a individualidade dela, e eu nem mando nos meus filhos, mas oriento. Não posso impedir a pessoa de ter um Facebook e postar o que quer, ainda mais a Sandra que é uma pessoa de atitude bem forte. Analisando o contexto todo, eu vi que realmente que as pessoas usam as coisas para o bem e para o mal e eu espero que ela não mais comente sobre futebol, pois ela viu que o mundo é mau. Tenho vida, não vou me esconder, mas respondo pelos meus atos, eu apenas oriento, espero que não façam mais, que sirva de lição para todos.”
Fonte: Supervasco
