Prejuízo com perda do título é estimada em R$ 20 milhões; Ercolino, Caetano e Koehler podem deixar o Vasco

Segunda-feira, 14/04/2014 - 10:47
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O impacto de mais uma traumática perda de título para o Flamengo — ainda mais com gol irregular — deve causar abalos por todos os lados no Vasco. O vice de futebol, Ercolino de Luca, vai se afastar do cargo e o diretor de futebol, Rodrigo Caetano, pode seguir o mesmo caminho, assim como Cristiano Khoeler, diretor-geral.

A estimativa de prejuízos financeiros chega a R$ 20 milhões. Como não foi campeão, o clube não conseguirá concretizar o acerto com um um patrocinador por cerca de R$ 5 milhões. E o Vasco não receberá os R$ 3,5 milhões pelo título — o valor de R$ 1,7 milhão pela chegada à final ainda não foi pago. A venda de produtos e a adesão de sócios também teriam sido prejudicadas pelo erro da arbitragem.

O vice-campeonato ainda mancha a imagem do presidente Roberto Dinamite, que perde ainda mais força política e pode recuar na decisão por uma reeleição. O dirigente falou após o jogo e deixou em aberto a participação do Vasco no Estadual do ano que vem, quando pode não estar mais no comando.

— Vamos discutir isso. Queremos um campeonato bom para todos, não para um — afirmou Roberto Dinamite, reclamando da arbitragem: — Errar uma vez é normal, duas a gente aceita, mas a terceira... E sempre contra o Vasco. Não venho com choro de perdedor. Estou chateado pela forma como é conduzido o campeonato, como a arbitragem decide uma partida, e isso mais uma vez aconteceu. A chateação é também com quem está à frente da Federação. É sempre a favor do Flamengo.

Aniversariante do dia, o dirigente se negou a receber Rubens Lopes, presidente da Federação, que foi até o vestiário para dar os parabéns.

Pelos corredores, Rodrigo Caetano fazia com as mãos o gesto de roubo. Recém-operado, ele disse internamente que perdeu as forças para continuar o trabalho. A possível debandada ainda tem contornos intempestivos, mas a impotência é geral no comando do Vasco.

Do céu ao inferno em 15 minutos

Aos 30 minutos do segundo tempo, o Vasco fez o gol que lhe dava o título carioca depois de 11 anos, e sobre o Flamengo. A partir daí a torcida viveu 15 minutos de sonho. No banco de reservas, os jogadores pulavam e comemoravam com a arquibancada, provocando os rivais.

— Nós tocamos a bola, o torcedor gritou olé. Erramos um passe. Teve o escanteio e o gol impedido. O torcedor tem que comemorar, vibrar, incentivar, o banco tem que participar. Nossa função é estar atento — disse o técnico Adílson Batista, que não considerou a postura um erro.

O treinador também comentou a participação do zagueiro Rodrigo no gol irregular do Flamengo. Antes do escanteio, o jogador reclamou de dores e saiu de maca do campo, enquanto Adílson gritava para que ele ficasse.

— A intenção era ele ficar. Ele saiu com dor. Perdemos um homem importante. Foi preponderante nesse aspecto — disse o comandante vascaíno, tentando olhar para frente e pensar no bom trabalho que foi feito. Adílson disse que ainda vai conversar com os dirigentes sobre contratações para a Série B , mas tentou dar uma injeção de ânimo.

— Não sou de ficar lamentando. Perdi a final da Libertadores e no segundo turno do Brasileiro fiz 41 pontos. Precisamos reagir. Gostaríamos de estar comemorando. O ambiente bom, o respaldo, a tranquilidade, a harmonia. Foram três confrontos que o Vasco mostrou a sua grandeza. Infelizmente foi prejudicado.

Juntando os cacos, os jogadores do Vasco se reapresentam hoje à tarde em São Januário e já começam a preparação para quarta-feira. O time pega o Resende pela segunda partida da primeira fase da Copa do Brasil e precisa vencer para avançar na competição. No sábado, estreia na Série B contra o América-MG, em São Januário, com os portões fechados.

Fonte: Extra Online