Recheado de emoção e polêmica, o clássico entre Vasco e Flamengo é capaz de marcar um jogador — para o bem ou para o mal. O jovem lateral Gilberto, de 21 anos, sonhava com uma conquista para fazer parte da lista de campeões vascaínos, mas a decisão do Carioca de 1981 teve efeito contrário. Ele entrou para a história como o jogador que agrediu o ‘ladrilheiro’, como ficou conhecido o torcedor rubro-negro que invadiu o gramado e esfriou a reação vascaína.
“Eu era jovem, queria ser campeão e ter minha carreira marcada pelo título. Acabei marcado pela agressão. Mas faria tudo de novo”, recorda Gilberto, atualmente técnico da base do Madureira.
Em 1981, o Vasco precisava vencer os três duelos decisivo para erguer a taça. Nos dois primeiros, foram duas vitórias (2 a 0 e 1 a 0) sobre o rival, que seria campeão do mundo uma semana depois. Mas, no terceiro jogo, o Flamengo abriu 2 a 0.
Mesmo em desvantagem, o Vasco pressionou e diminuiu, aos 38 do segundo tempo. Em seguida, o ladrilheiro Roberto Passos Pereira saiu do vestiário do Flamengo para o campo. A polícia não conseguiu tirá-lo e Gilberto, irritado, deu uma banda e um safanão no torcedor. Nunes tomou as dores e começou a confusão, que durou cinco minutos.
Quando a bola voltou a rolar, os vascaínos não tinham mais força e o Flamengo comemorou o título. Até hoje os vascaínos dizem que a invasão foi premeditada. “O Fla, em 81, era um timaço. Com o Maracanã lotado, saímos atrás, diminuímos e o cara saiu do vestiário deles, sem camisa. Roberto (Dinamite) o empurrava para fora e ele voltava. Aí eu dei uma banda e bati na cabeça. Nunes tentou me pegar. Foi aquela confusão”, lembra Gilberto, que acrescenta.
“Depois do jogo, deram camisa e dinheiro a ele, levaram para jantar. O ladrilheiro entrou para fazer aquele tumulto. Foi maldade da diretoria do Fla, que o colocou dentro do vestiário”, critica.
Fonte: O Dia