Os tempos de grave crise e portas fechadas à diretoria parecem estar ficando para trás em São Januário. Após alcançar as finais do Campeonato Carioca e voltar a viver um bom momento em campo, o Vasco começa a colher os frutos da visibilidade e de um intenso trabalho do departamento de marketing nos últimos dois meses para alcançar a meta de patrocínios. Já há um acerto com uma marca para a semana que vem e uma negociação adiantada com outra empresa para estampar o uniforme e render aos cofres mais cerca de R$ 7 milhões anuais.
As novas parceiras, cujos nomes ainda são mantidos em sigilo, ocupariam a barra da camisa e a parte da frente do calção, respectivamente - ambos espaços vagos há muito tempo. No entanto, devido ao interesse causado pela exposição, não está descartado um acordo pontual com outra marca para a decisão do estadual, domingo, contra o Flamengo, no Maracanã.
O diretor-geral do Vasco, Cristiano Koehler, clamou pela presença do torcedor na aquisição de produtos e, principalmente, apoio para que o título fique em São Januário após 11 anos.
- O impacto do momento é dentro e fora de campo. Ganhamos um crédito no futebol em relação ao mercado, com o time competitivo e que tem condições de ser campeão e depois voltar à Série A. É uma confiabilidade que integra várias áreas do clube e impulsiona o trabalho para sairmos dessa situação. Num clube, não existe outra coisa para dar capacidade de alavancar o caixa do que o futebol. Renda dos jogos, mais sócios, compra de produtos nas lojas... tudo isso possibilita a evolução. O torcedor é fiel em todos os momentos, mas quando está no topo a participação é maior. E precisamos, mais do que nunca, que ela continue crescendo - afirmou Koehler.
Força-tarefa pela Caixa
Paralelamente, o clube põe em prática medidas para reforçar a ligação com a Caixa Econômica Federal, patrocinador master atual e que tem vínculo até agosto. Enquanto não assina os novos acordos menores, a marca do banco público deixou de aparecer apenas a frente da camisa e também já está no omoplata, nas costas e no calção para os jogos decisivos deste semestre. Tudo isso sem retorno financeiro extra - apenas para mostrar a força da visibilidade do clube e tentar adiantar a cota de R$ 3,75 milhões prevista para maio.
- É uma parceira que fez um esforço para estar conosco. Como também fizemos para levantarmos as certidões de débito. O momento é de poder suprir aquilo que não pudemos cumprir no tempo certo antes. E mostrar que é um trabalho salutar para os dois e que pode continuar sendo. Mas não discutimos renovação ainda. Estamos entregando o que não está no acordo inicial, mas entendemos que houve dificuldades para implantar o contrato, o Vasco foi punido (com jogos sem torcida), acabou rebaixado, então buscamos equilibrar as contrapartidas - esclareceu o diretor-geral, que foi a Brasília semana passada para discutir este novo modelo
Perto de completar novamente dois meses de salários atrasados, tirar a corda do pescoço ainda é uma missão a médio prazo. E sem datas ou metas estabelecidas, apesar do otimismo.
- A luta é permanente, não dá para dizer quando estaremos com tudo em dia e lucrando. Primeiro temos que voltar à Série A. Mas tem uma forma e um só caminho para termos um novo Vasco: a participação do torcedor. Encher o estádio, comprar a marca do clube, comprar essa briga com a gente. Hoje o Flamengo acho que tem algo em torno de 60 mil sócios. Nós ainda precisamos chegar lá, por exemplo. E essa conquista seria importante para isso.
Hoje, além da Caixa, o Vasco conta com o Guarará Tron nas mangas, em compromisso de R$ 4 milhões por um ano, e com a empresa de telefonia Tim, que fica restrita ao número da camisa. A montadora Nissan ocupava as costas, mas encerrou o acordo unilateralmente por causa da briga entre torcedores do clube e do Atlético-PR na última rodada do Brasileirão de 2013.
Fonte: GloboEsporte.com