Aos 36 anos, Felipe já pode ser considerado um ex-jogador de futebol. Mas, apesar de ter pendurado a chuteira, o maior vencedor da história do Vasco ainda não descarta uma despedida pelo clube do coração e faz questão de ressaltar que não tem pressa para isso, podendo esperar até mesmo por uma nova diretoria.
"Eu não estou muito preocupado com despedida. Eu acho que seria ótimo, mas o Edmundo, outro ídolo da torcida do Vasco, por exemplo, parou em 2008 e foi ter a sua despedida depois de seis anos. Todo o mundo sabe a minha identificação com o clube, onde graças a Deus consegui fazer uma história legal. Com o tempo isso vai acontecer. De repente, se não for agora, pode ser com uma outra diretoria. O importante é seguir a vida, tomar o rumo certo, procurar se preparar independente da carreira que eu for optar fora jogar futebol. Que eu possa estar preparado para desempenhar o melhor papel possível", afirmou em entrevista ao Yahoo Esporte Interativo.
Sem data marcada para uma possível despedida no clube, Felipe também fez questão de dizer que pensa em voltar ao Vasco não apenas para uma última partida como jogador, mas como técnico.
"Se eu seguir esse caminho, eu penso em ocupar um cargo no Vasco. Eu fui nascido e criado lá, cheguei aos seis anos de idade, desde 1983. Então dediquei a maior parte da minha vida ao clube. Mas eu vou me preparar, ainda não sei qual rumo vou tomar, se eu vou ser comentarista, treinador. Vontade eu tenho, mas ainda tenho que me preparar e ver qual a melhor função que eu encaxaria para poder cumprir um bom papel".
Felipe vai mais além. Preocupado com a atual situação do Vasco, tanto financeiramente como dentro de campo, o meia não descarta participar de uma eleição para assumir um cargo na diretoria do clube. Porém, recém-aposentado, prefere esperar alguns anos para poder se preparar.
"A situação do time do Vasco é complicada, apesar de hoje estar com um elenco que se encontrou. A prioridade é voltar à elite do fuebol, mas eu, assim como outros ídolos como Pedrinho, Edmundo, pretendemos trabalhar no clube para ajudar a melhorar, não só em campo. O clube em si está abandonado. O parque aquático está abandonado, o ginásio que eu sempre joguei na minha infância está fechado desde o ano passado, largado. Eu gostaria de correr atrás de patrocínio, até eu mesmo ajudar, mas não foi possível. Pretendo entrar nesse meio, mas essa eleição agora está muito cedo ainda".
Para o meia, não é só a situação do Vasco que está precária no futebol carioca. Para ele, os clubes do Rio pecam na estrutura disponível para formação dos jogadores da base.
"Se o meu filho recebesse uma proposta do Cruzeiro, Flamengo e Vasco, eu levaria ele para o Cruzeiro. Lá tem alimentação e toda uma estrutura. A formação do atleta lá vai ser muito melhor do que no Flamengo ou no Vasco. Quando eu jogava, eu levava cinco, seis jogadores para a minha casa porque nos clubes daqui não tem condições deles descansarem".
Fonte: Yahoo Esporte Interativo