Confira a íntegra da entrevista coletiva de Adilson Batista após o 1º jogo da decisão do Estadual

Domingo, 06/04/2014 - 19:57
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O técnico Adilson Batista deixou claro o descontentamento, não apenas com o empate, mas com a arbitragem do empate em 1 a 1 entre Vasco e Flamengo, neste domingo (veja lances ao lado). Segundo o treinador cruz-maltino, uma série de elementos foi determinante para o resultado final do clássico.

- No lance, até concordo que não teve falta, mas antes, o Éverton colocou a mão na bola e poderia ter sido expulso. Não sei se o árbitro compensou, mas o Leo deveria ter sido expulso, o Samir tirou a camisa e jogou no chão, e não aconteceu nada e já tinha cartão. A gente lamenta quando a nossa diretoria pede arbitragem de fora com isenção, sem pressão, e não é atendida. Uma série de coisas que a gente sabe que acontece. Acabou prejudicando - resumiu o treinador.

Se, por um lado, a arbitragem acabou se tornando para-raios das críticas de Adilson, o time saiu ileso das broncas do comandante cruz-maltino.

- Vi um Vasco muito bem no primeiro tempo, criando chances, mas depois a expulsão... Na hora de chamar Fellipe e Thalles, tinha pensando em tirar o Everton Costa, mas não deu tempo. Eu teria dois meias em campo. Acabou atrapalhando o jogo. A gente depois marcou com duas linhas de quatro, e eles tiveram a situação de contra-ataque com o Everton, depois cruzamento do Negueba e mais nada. Tivemos algumas faltas, tentamos marcar, mas é claro que a expulsão atrapalha e muito - destacou.

Na segunda partida da decisão, o Vasco volta a enfrentar o Flamengo no dia 13 de abril, no Maracanã.

Confira a íntegra da entrevista:

Expulsão do Éverton Costa

No lance, até concordo que não teve falta. Mas antes, o Éverton colocou a mão na bola e poderia ter sido expulso. Não sei se o árbitro compensou, mas o Leo deveria ter sido expulso, o Samir tirou a camisa e jogou no chão, e não aconteceu nada e já tinha cartão. A gente lamenta quando a nossa diretoria pede arbitragem de fora com isenção, sem pressão, e não é atendida. Uma série de coisas que a gente sabe que acontece. Acabou prejudicando. Vi um Vasco muito bem no primeiro tempo, criando chances, mas depois da expulsão tudo mudou. Na hora de chamar Fellipe Bastos e Thalles, tinha pensando em tirar o Everton Costa, mas não deu tempo. Acabou atrapalhando o nosso jogo. A gente depois marcou com duas linhas de quatro, e eles tiveram a situação de contra-ataque com o Everton, depois cruzamento do Negueba e mais nada. Tivemos algumas faltas, tentamos marcar, mas é claro que a expulsão atrapalhou e muito.

Demorou a decidir substituir o atacante?

Acho que não. Muitos podem encarar assim, mas estou no dia a dia e sei porque estou fazendo determinadas substituições. Alertei, mas infelizmente saiu a triangulação e a falta. Mas esquecem também que o Léo poderia ter sido expulso. O Samir tirou a camisa, jogou no chão e o juiz não fez nada. Pior: ainda deixou ele voltar para o campo antes da cobrança da falta. O André teve de esperar no mesmo lance. Teve uma bola que saiu na minha frente e o bandeira não fez nada. Já estou na estrada há muito tempo e sei como as coisas funcionam. Pensei em tirá-lo dois minutos antes da expulsão, mas não deu tempo. Só estão olhando para o Vasco. Vamos olhar para o outro lado também. O Samir já tinha amarelo quando tirou a camisa.

Arbitragem

Nós também estamos insatisfeitos. Teve bola que saiu e o bandeirinha não deu. Teve falta que a arbitragem não marcava. Tenho experiência e sinto algumas situações que acontecem no jogo. Coisas que acabam interferindo e atrapalhando. Esperamos que no próximo domingo o Marcelo de Lima Henrique faça como no jogo contra o Fluminense e consiga controlar o jogo. Que não deixe ninguém apitar a partida. Vamos jogar bola, mostrar que o Vasco tem força, torcida. No 11 contra 11 mostramos personalidade. Agora tem mais 90 minutos. Com uma arbitragem firme, vamos conseguir esse título.

Desfalques

Já tenho um jogador ausente por suspensão. O Edmílson pediu para sair alegando cansaço, mas vamos esperar o departamento médico. Temos a semana toda para trabalhar e conseguir no domingo o grande objetivo. Estamos fazendo por merecer. É só observar o primeiro tempo. Nossos jogos recentes nos dão o direito de sonhar com a conquista. Esperamos que o Marcelo de Lima Henrique traga tranquilidade ao jogo.

Opções

Vamos criar alternativas. No jogo contra o Resende, trabalhamos com a equipe que não é considerada titular e conseguimos manter o padrão. Entraram dois meninos que incendiaram o jogo com a correria. Não vou ficar lamentando chorando, reclamando.. Vamos trabalhar com o que eu entedendo que seja importante e consiga cumprir nossos objetivos. Volto a repetir: o Vasco é forte no 11 contra 11. Se apitarem direito, fica ainda mais forte.

Alterações do Flamengo

Muda um pouco. O Gabriel é diferente do Mugni nas características. Evidente que o Flamengo ganhou em velocidade. Depois o Jayme colocou o Everton e eu respondi com o Fellipe Bastos. Conseguimos neutralizar a mudança. Eles fizeram o gol em um chute de fora da área. Foi mérito do Paulinho. Na minha opinião, fizemos um jogo controlado. E na igualdade numérica eu vi o Vasco superior.

Parte psicológica

Não acho que atrapalhou. Lembra quando o Douglas disse que eu estava pilhado, estressado? Sabemos como funciona uma decisão. A arbitragem também precisa controlar os nervos e às vezes deixam os atletas apitarem o jogo. Eu vi meu time equilibrado. O Everton Costa já tinha cartão e colocou a mão na bola. Não tinha porque fazer aquilo, mas não vi descontrole.

Atuação

O Flamengo é um time qualificado, leve, que sabe rodar bem a bola. Teve algumas alterações que acrescentaram velocidade ao adversário, mas marcamos bem. Gostaria que vocês exaltassem o comportamento do Vasco com 10 jogadores. Fizemos duas linhas de quatro, marcamos, saimos para jogar. O Flamengo fez o gol e teve poucas chances. Um cruzamento do Negueba, um contra-ataque do Éverton. Nós tivemos algumas jogadas de bola parada. Deveriam enaltecer isso também.

Reclamações

Não quero ir segunda-feira para o STJD ser julgado. Tenho que trabalhar. Mas infelizmente temos observado que o Vasco tem sido prejudicado. Profissionalmente é ruim para nós. Poderia ter tirado o Éverton Costa, mas não deu tempo. Mas isso vale para o outro lado também. Se ele usasse o mesmo critério o Leo teria sido expulso.

Time mais ofensivo no domingo?

Quando entramos com 500 na frente, tomamos cinco gols do Atlético-PR. O excesso de atacantes não diz nada. Temos criado, estamos trabalhando bem. O Thalles cumpre uma função parecida com o Edmílson. A situação é idêntica à do jogo contra o Flu. Precisamos reverter a vantagem e temos mais 90, 96 minutos para isso. Vamos trabalhar para vencer. O Vasco é muito forte e domingo contamos com o apoio do nosso torcedor.

Time reserva em Manaus

Mesmo com poucos jogos no ano, 18 exatamente, e um período curto, ainda não foi tão desgastante. Mas a viagem seria e decidimos poupar o time titular. Lá fora é bonito, mas aqui julgam, condenam. Se o jogador está no elenco ele tem que mostrar. Fomos superiores. O jogo era entre duas equipes do Rio, com o mando em Manaus e a arbitragem de lá. Quando a gente pede árbitros de outros estados não fazem nada. Já estou há quatro meses no Vasco e estou começando a perceber algumas coisas.

Fonte: GloboEsporte.com