A rede de supermercados Mundial encerrou recentemente sua parceria com o Vasco. Por uma placa de publicidade no gramado de São Januário durante os jogos, a empresa cedia uma cota mensal de R$ 10 mil em alimentos ao clube. O benefício, no entanto, foi cortado sem muitas explicações e agora o presidente Roberto Dinamite luta para reestabelecer o acordo com a diretoria da empresa - formada basicamente por vascaínos. Mas entre fatos e histórias desencontradas, os dirigentes vascaínos suspeitam até de questões políticas por trás da decisão.
No último jogo do Vasco em São Januário, contra o Duque de Caxias, no dia 23 de março, a placa do Mundial - que ficava localizada embaixo da torcida visitante - já não estava mais visivel. A propaganda na verdade continuava no mesmo lugar, mas foi coberta por um anúncio da franquia de lojas Gigantes da Colina.
Nos corredores de São Januário circula a história de que o problema começou na véspera do carnaval. Um funcionário do departamento de patrimônio do clube teria retirado toda a cota em carne, o que revoltou a diretoria do Mundial e acarretou o fim do acordo. Procurado pela reportagem, o supermercado avisou, por intermédio de sua assessoria de imprensa, que não iria se pronunciar sobre o caso.
Segundo o vice-presidente de patrimônio do Vasco, Manuel Barbosa, no entanto, a história foi diferente e começou em janeiro, quando o restaurante do clube foi terceirizado. A partir daquele momento, a cota mensal de R$ 10 mil - anteriormente usada para abastecer todo o clube cruz-maltino - passou a atender apenas o departamento de futebol. Diante do novo quadro, o Vasco decidiu priorizar a retirada de carnes e outros poucos alimentos para seus jogadores. Já na primeira tentativa após a mudança, no entanto, o Mundial não autorizou o procedimento diferente e resolvou cancelar o acordo. Segundo Manuel, o motivo por trás da decisão seria o apoio dos diretores vascaínos do supermecado à Roberto Monteiro, vice-presidente do conselho deliberativo do clube e candidato às eleições presidenciais de 2014.
- Antigamente, pegávamos todo tipo de comida. Com a terceirização do restaurante, a cota passou a abastecer apenas o departamento de futebol. Por isso, resolvemos priorizar as carnes e mais uma ou outro alimento. Quando meu funcionário foi pegar a cota de janeiro, o supermercado disse que não tinha autorização para liberar quase tudo em carne. Ao invés de me ligarem para entenderem a mudança, simplesmente cortaram o contrato. Ainda esperamos até março para retirar a placa do campo. A informação que eu recebi é que o contrato foi cortado porque eles (diretoria do Mundial) estão apoiando o Roberto Monteiro - frisou Manuel Barbosa.
Apesar do problema, o presidente Roberto Dinamite disse ao GloboEsporte.com que ainda busca uma solução para reestabelecer o acordo.
- Estamos conversando porque é algo muito importante para o Vasco. Até mesmo de caráter social, principalmente para os meninos da base. Estou correndo atrás para resolver esse caso.
Placa do supermercado Mundial (ao fundo) no jogo contra a Cabofriense em São Januário |
No fim de março, placa foi coberta por um anúncio da franquia de lojas Gigante da Colina |
Fonte: GloboEsporte.com