Felipe reafirmou sua aposentadoria nesta segunda-feira, mas seu destino seria outro se não fosse Roberto Dinamite. O presidente do Vasco foi quem vetou o retorno do Maestro ao clube que o revelou.
O agora ex-jogador mantinha contatos com o diretor-executivo cruzmaltino, Rodrigo Caetano, desde janeiro deste ano. Entre o meia e o dirigente havia uma vontade mútua do regresso a São Januário e a possibilidade era bem vista pela maioria, inclusive pelo vice de futebol, Ercolino de Luca. Dinamite, porém, sempre deixou claro sua restrição, muito por conta dos problemas que teve no passado com o ex-camisa 6.
Em 2010, o Maestro deu declarações criticando o pouco avanço dado pelo clube e fez elogios ao ex-presidente Eurico Miranda. No início de 2011, foi afastado pela diretoria por indisciplina, fator que causou indignação no jogador, que não concordou com a decisão.
Para Dinamite, porém, ficou faltando um pedido de desculpas, como fez Carlos Alberto, por exemplo, que em 2011 discutiu asperamente com o presidente no vestiário e demonstrou arrependimento pessoalmente um ano depois.
Por sua vez, Felipe também nunca fez questão de esconder seu descontentamento com o mandatário, principalmente no que se refere às dívidas que o clube possui com ele. Na opinião do ex-jogador, Roberto nunca deu a devida atenção para o caso, embora um acordo tenha sido feito para o pagamento acontecer de maneira parcelada.
Nas recentes declarações, embora não cite nominalmente Dinamite, deixa claro que não era uma unanimidade em São Januário.
"Da mesma maneira que o Rodrigo Caetano queria que eu voltasse para o Vasco, tinham outras pessoas que não queriam. Então acabou não se chegando a um acordo. Não guardo mágoa nenhuma, faz parte. O mais importante foi a história que eu construí no futebol, que foi bem legal", disse ao SporTV.
A decisão de pendurar as chuteiras não encerrará, no entanto, as conversas entre a diretoria do Vasco e seu empresário. Em pauta ainda há a discussão sobre as dívidas e o evento de despedida do atleta, que ostenta o recorde de ter sido o jogador com mais títulos da história do Cruzmaltino, entre eles dois Brasileiros e uma Copa Libertadores.
Foco na carreira empresarial
A confirmação da aposentadoria fará com que com Felipe tenha mais tempo livre para focar na sua bem sucedida carreira empresarial. Desde os tempos de jogador, ele investiu parte de sua receita no mundo dos negócios, principalmente no ramo comercial.
Atualmente, o Maestro possui duas franquias de uma grande rede de supermercados no Rio de Janeiro e é dono de um restaurante de culinária japonesa no bairro da Barra da Tijuca (RJ).
Nesta segunda-feira, participou como comentarista de um programa de tv, dando indícios de que também pode se arriscar nesta função.
Por ter atuado cinco anos no Qatar, onde conquistou prestígio e idolatria, chegou a receber um convite para trabalhar na parte executiva de seu ex-clube, o Al-Sadd, mas recusou por querer continuar morando no Brasil.
Com a aposentadoria oficializada, os vascaínos poderão matar um pouco da saudade do ídolo nas animadas partidas de futevôlei, que Felipe fará com ainda mais frequência na Praia do Pepê, na Barra da Tijuca.
Fonte: UOL