Foi preso na noite desta quarta-feira (26), por policiais da Delegacia de Repressão a Entorpecentes da Polícia Federal, o traficante Marcelo Santos das Dores, conhecido como Menor P. Ele é suspeito de chefiar o tráfico de drogas no Conjunto de Favelas da Maré, na Zona Norte do Rio, e de ter agredido o jogador Bernardo, do Vasco, por um envolvimento do meia com Daiane Rodrigues, que seria "namorada número 1" do criminoso.
Foragido da Justiça, o traficante tinha recompensa oferecida de R$ 2 mil, segundo o Disque Denúncia. Além de tráfico de drogas e associação para o tráfico, a ficha criminal de Menor P tem na lista crimes como homicídio e torturas.
Ex-paraquedista
Segundo o site do Disque-Denúncia, Menor P assumiu o posto de líder do tráfico na Maré após a prisão de outros chefões da facção criminosa a que pertence, e usava técnicas militares de disciplina. "Diferente dos seus antecessores, ele utiliza na hora de impor disciplina aos seus subordinados as técnicas e os conhecimentos adquiridos quando era paraquedista, além de utilizar o seu poder de convencimento para recrutar novos 'soldados do tráfico'", diz o texto.
Até as 21h, a polícia não havia informado se a prisão tem relação direta com a ocupação da Maré, que já tem policiais militares do Batalhão de Operações Especiais (Bope) e homens do Exército e, em breve, receberá tropas federais para a instalação de uma Unidade de Polícia Pacificadora. Segundo o jornal O Globo, a prisão foi realizada em um apartamento em Jacarepaguá, na Zona Oeste, e ele não teria regido.
Agressão a jogador
A investigação da agressão ao jogador Bernardo teve início após Daiane Rodrigues dar entrada no Hospital Municipal Souza Aguiar, no Centro, no dia 22 de abril de 2013. Segundo a Secretaria municipal de Saúde, Daiane levou dois tiros, um no joelho direito e outro no pé esquerdo, foi submetida a duas cirurgias, e recebeu alta três dias depois.
O delegado titular da 21º DP (Bonsucesso), José Pedro Costa da Silva, disse que, no dia 21, o jogador do Vasco e Daiane foram sequestrados e torturados por traficantes. De acordo com a polícia, os dois foram flagrados juntos na Favela Salsa e Merengue. De lá, teriam sido levados a uma casa no Morro do Timbau, onde foram agredidos.
Ao Globoesporte.com, Bernardo, disse que nada sofreu. "Não fizeram mal nenhum comigo. Não sofri nenhum tipo de agressão", explicou.
Lateral interveio, diz delegado
O então lateral-direito do Fluminense Wellington Silva, criado na comunidade, interveio a favor de Bernardo, evitando que ele sofresse ainda mais agressões durante uma sessão de tortura, segundo informações da polícia. O jogador teria argumentado com o traficante que caso algo mais grave acontecesse com o meia, no dia seguinte haveria uma UPP na comunidade.
O jogador tricolor negou ao Globoesporte.com que tenha encontrado Bernardo na comunidade, mas confirmou que esteve no local para visitar a sua família, que mora na região. O lateral confirmou apenas que, em contato telefônico com o meia, soube de toda história.
Choques
Já de acordo com a polícia, Wellington teria assistido a toda a sessão de tortura. Segundo o delegado, Bernardo teria recebido choques.
Fonte: G1