Itapira abraçou o filho ilustre no adeus ao capitão do primeiro título mundial do Brasil. Com cortejo e muitas homenagens, Bellini foi enterrado na manhã deste sábado na sua terra natal. Após ser velado no ginásio municipal, o corpo do ex-zagueiro foi levado ao Cemitério da Saudade no caminhão do Corpo de Bombeiros. A população se mobilizou para acompanhar o trajeto, alguns de carro, outros a pé. Quem estava em casa, saiu à rua para aplaudir. Aproximadamente 300 pessoas estavam presentes na cerimônia.
Sobre o caixão, bandeiras de São Paulo, Vasco, do Brasil e da cidade de Itapira. Além de fãs e autoridades locais, ex-jogadores, como Babá e Oscar Bernardi, se despediram de Bellini. Durante o sepultamento, o hino do Tricolor paulista, onde o ex-zagueiro atuou na década de 60, foi cantado por torcedores. O prefeito da cidade, José Natalino Paganini, também ouviu apelos de moradores para recolocar a placa na entrada de Itapira de que ali é a terra natal de Bellini.
- Ele era honesto, amigo, sério, ótima pessoa com todos que conviviam com ele. Além de ser o capitão do nosso primeiro título, também exercia esse papel no São Paulo. Todos adoravam tirar sarro dele, nessas brincadeiras do mundo do futebol, e ele ficava uma fera. Era preciso ns cinco ou seis para segurá-lo - disse Babá, companheiro de Bellini por dois anos no SPFC (66 e 67).
- O Bellini sempre foi um exemplo para todos, haja vista as manifestações das pessoas desde que souberam da sua morte. Ele sempre foi um ídolo, capitão de uma era vencedora do Brasil - elogiou Oscar, que também é amigo do sobrinho Toninho Bellini.
A despedida em Itapira começou na noite de sexta, com a chegada do corpo após velório no Morumbi. De 200 a 300 pessoas, de todas as idades, desde crianças a contemporâneos do capitão, se revezavam no ginásio. A maior aglomeração foi na hora do Hino Nacional: todos os presentes cantaram e aplaudiram no final. O caixão estava rodeado por 40 coroas de flores. São Paulo e CBF enviaram uma cada, além da Itapirense, clube da cidade, e do Sanjoanense, onde Bellini iniciou a trajetória no futebol.
Outros encontraram uma maneira mais singela de prestar a última homenagem. Camisas do São Paulo e também da Seleção foram vistas na cerimônia.
- Quis fazer uma homenagem a ele, que era o orgulho da cidade, o maior itapirense que já existiu - afirmou o metalúrgico Cléber Martucci, vestido com a camisa do Tricolor.
- Essa camisa estava guardada no armário. Demorei muito para achá-la, mas já deixei separada para hoje. Foi a minha maneira de homenagear o Bellini, que sempre foi um ídolo de Itapira. Ele levou o nome da cidade para o mundo - comentou o publicitário Rafael Picone Filho, que estava com a camisa da Seleção.
O carinho de todos serviu para consolar a família. Bellini morreu quinta-feira, em São Paulo, aos 83 anos. Há cerca de dez anos, ele sofria de Mal de Alzheimer e vivia entre idas e vindas ao hospital.
- O carinho das pessoas da cidade é imenso, assim como ele tinha por Itapira e todos que moravam aqui. Meu pai conseguiu levar o nome de Itapira para o mundo. Às vezes se ressentia de ter saído daqui tão cedo, por isso que, sempre que podia, voltava para cá - agradeceu Hideraldo Luís Bellini Júnior, filho mais velho do ex-jogador.
Cortejo leva corpo de Bellini para ser enterrado no cemitério municipal de Itapira |
Coroas de flores para Bellini |
Filho e viúva de Bellini acompanha cerimônia de sepultamento de Bellini |
Fonte: GloboEsporte.com (texto, fotos), Reprodução internet (foto), Terra (foto)