(Clique aqui para assistir à reportagem)
Morreu, nesta quinta-feira (20), em São Paulo, aos 83 anos, Bellini, o capitão do primeiro título mundial da seleção. Ele sofria de Alzheimer e estava internado desde segunda-feira na UTI de um hospital.
Um gesto imortalizado.
“Principalmente em Copa do Mundo, quando vejo alguém erguendo a taça, realmente eu me transporto lá pra 58, meus 28 anos, uma primeira conquista, aquela coisa emocionante. Realmente eu vibro muito com isso”, disse Bellini.
Hilderaldo Luiz Bellini, simplesmente, Bellini. Capitão da seleção no primeiro título mundial em 1958, foi o primeiro atleta a ter a ideia de erguer a taça por cima da cabeça.
“Aquele monte de fotógrafo do mundo inteiro e os brasileiros atrás. E numa dessas, uns menorzinhos lá atrás o Bellini, levanta um pouquinho mais. E numa dessa me veio de estalo e eu ergui sobre a cabeça”, contou Bellini.
Um gesto que nunca tinha ocorrido a ninguém e que passou a ser copiado por todos. É tão marcante que ganhou um monumento para homenagear os campeões do mundo, na entrada do Maracanã.
Um jogador simbólico erguendo a taça Jules Rimet. Ponto de encontro das torcidas.
A estátua ficou conhecida pelo nome dele. Por aclamação popular: Estátua do Bellini.
O zagueiro ganharia outra Copa do Mundo com a seleção no Chile, em 1962 disputaria sua terceira Copa quatro anos mais tarde, em 1966.
Jogou em dois gigantes do futebol brasileiro. No Vasco, conquistou três títulos cariocas e um Rio-São Paulo, e aprendeu a liderar.
“A ordem era falar com os mais novos, especialmente alguns que paravam lá na frente, que perdiam a bola e ficavam parado. Então a gente gritava pra dar combate, aquela coisa”, revelou Bellini.
E no São Paulo, onde disputou 214 partidas. Encerrou a carreira, aos 39 anos, no Atlético Paranaense.
Repórter: você tem saudade de jogar?
Bellini: saudade demais, saudade é apelido.
A despedida do futebol foi em um clássico ‘Atletiba’ disputado em 20 de julho de 1969. O mesmo dia em que o homem pisou na lua pela primeira vez.
Na lua, Neil Armstrong disse: um pequeno passo para o homem, um grande salto para a humanidade.
Na terra, um pequeno gesto para um jogador. Um ato eterno para o esporte.
O corpo de Bellini será enterrado na cidade natal, Itapira, em São Paulo, no sábado.
Fonte: Jornal Nacional - G1