Após a reunião da Junta Delibveratriva em São Januário na manhã da última segunda-feira(17/03), não houve definição sobre a data da eleição à presidência nem sobre a lista de sócios aptos a votar no pleito. A comissão de sindicância instituída pela diretoria ainda elaborará um relatório sobre os sócios aptos e encaminhará à Assembleia Geral, presidida por Olavo Monteiro de Carvalho. Nelson Rocha, ex-vice de Finanças e candidato, revela como vê esses desdobramentos às vésperas do processo eleitoral:
“Ao mesmo tempo que o processo democrático faz com que a gente se sinta feliz por ter resgatado esse princípio democrático no clube, ao mesmo se sente frustrado com o que vem acontecendo, tudo por conta do que estão tentando fazer com o Vasco, um clube com tanta história não pode passar por esses percalços que a gente tem sofrido aí, como a denúncia do mensalão, isso acaba fazendo com que as eleições e o processo democrático saiam maculados. É uma pena que a gente tenha que enfrentar esse desvio de conduta do processo eleitoral, mas estamos atentos para que um clube de tanta tradição e glória não tenha maculado seu processo eleitoral por conta de algumas pessoas que tentam como se fossem comprar o voto dos outros, que isso não venha a ocorrer.”
Foi constatada a adesão de pouco mais de 1700 pessoas entre março e abril de 2013, e o episódio foi denominado de mensalão. É aguardada a conclusão do recadastramento dos sócios para que se chegue ao número de associados que estejam em condições legais de votar, e Nelson Rocha afirma se o recastramento pode trazer algum efeito prático positivo para o clube em relação ao caso:
“Eu acho que o processo é mais simples do que possa parecer, a rigor as pessoas precisam ter atitude para fazer com que as coisas aconteçam. A meu juízo, o que tinha que acontecer no processo eleitoral era expurgar do pleito todos aqueles que entraram naqueles fatídicos dias do fim de março do ano passado. Ficou comprovado que o clube que tinha 7 adesões por mês e de uma hora para a outra teve 1730 num dia só, isso é no mínimo de se espantar. Ingressamos com uma denúncia-crime no Ministério Público para que houvesse apuração, não temos informação e nem notícia de como isso se dará,e a nossa expectativa é que essas pessoas não possam votar no dia das eleições. Nossa expectativa é que não tenhamos esse tipo de pessoa no dia das eleições mas o prazo é curto para isso, a diretoria tem que tomar uma atitude urgente e rápida para que isso não logre êxito", destacou à Super Rádio Brasil.
Nelson Rocha torce para que Justiça Comum não seja acionada em eleição
Assim como ocorreu em processos eleitorais passados, a eleição presidencial de 2014 no Vasco corre o risco de parar na Justiça Comum caso não haja consenso sobre o número de sócios que possam votar e associados que ingressaram entre março e abril de 2013 não possam participar do pleito em caso de antecipação da eleição. Nelson Rocha, um dos candidatos e ex-vice de Finanças do clube torce para que isso não ocorra e pede atitude da diretoria para que defina a situação do recadastramento de sócios:
“Eu gostaria que a gente não precisasse da Justiça Comum para dirimir as questões do Vasco, isso devia ser resolvido dentro do clube. Está claro que houve um processo manipulado para que pessoas votassem em outras que têm interesse no dia das eleições, se a diretoria não toma essa atitude de expurgar essas pessoas a gente tem que ficar perplexo. Estou no dever de não permitir, tenho o dever de lutar para que o Vasco não seja traído por pessoas como essas que estão sujando a história do Vasco.”
Nelson Rocha aproveitou para relembrar a eleição de 2008, do qual fez parte da chapa de Roberto Dinamite, atual presidente do clube, os mandatos e a situação atual do Vasco às vésperas de maisnuma eleição:
" Nós tínhamos um sonho de resgate do clube, esse sonho foi construído por diversas pessoas, que foi o Movimento Unido Vascaíno, para a gente sair das garras ditatoriais que imperavam em São Januário. Em 2008 convidamos o atual presidente Roberto Dinamite para fazer parte desse processo, até porque aquelas disputas que acabavam na Justiça tinham como pano de fundo a impossibilidade, eles(membros da gestão Eurico)resistiam para que não houvesse sócios e tivessem o controle da situação. O Roberto foi um ídolo do clube e foi chamado para as nossas fileiras para que pudéssemos enfrentar e ganhar as eleições, e assim ocorreu, na Justiça foram comprovadas as fraudes que foram cometidas. A partir disso começou um processo de gestão, havia compromissos estabelecidos previamente. No primeiro mandato, estavam sendo cumpridos, o clube saiu do rebaixamento, venceu a Copa do Brasil e foi consagrado o Vasco como a melhor gestão do Brasil em 2011 pela Revista Exame. Saímos de um clube de melhor gestão em 2011 e entramos em parafuso, infelizmente", declarou à Super Rádio Brasil.
Fonte: Supervasco