Mais que um registro histórico, o documentário uruguaio "Maracaná", dos cineastas Andrés Varela e Sebastián Bednarik é um compilado de raridades. Na pesquisa para o filme, foram descobertas várias cenas e fotos que estavam perdidas na Cinemateca Uruguaia e em outras fontes. Entre elas, imagens inéditas da vitória do Uruguai sobre o Brasil na decisão da Copa de 1950. O Esporte Espetacular foi até o estádio Centenário, em Montevidéu, para assistir à estreia da película, conversar com os diretores da produção e também entrevistar o único remanescente vivo daquela final, o ex-atacante Alcides Ghiggia, autor do gol decisivo que deu o título à Celeste e entrou para a galeria de mitos do futebol. (clique no vídeo e confira a reportagem completa)
O filme nasceu do livro “Maracaná, la história secreta", do jornalista Atílio Garrido. Assim como no papel, a telona mostra o lado humano daquela final narrada por dois pontos de vista: dos vencedores uruguaios e dos derrotados brasileiros. Produtor do filme, Sebastián Bednarik diz nem saber como esse filme não tinha sido realizado antes.
- Respondo à sua pergunta com outra: como nunca haviam feito antes um filme sobre o Mundial de 50? – questiona.
Durante a vasta pesquisa para a realização do filme, Andrés e Sebastián viajaram o mundo e garimparam em várias fontes diferentes até encontrarem um tesouro: sete latas de filmes com imagens inéditas. São fotogramas e cenas que mostram a chegada das delegações para o mundial, as concentrações e treinamentos de Brasil e Uruguai, além de jogos e gols da seleção brasileira na primeira fase e também trechos das partidas da seleção uruguaia. Os cineastas acharam novas imagens da final no Maracanã abarrotado de gente e vídeos da festa dos uruguaios na volta para casa.
- Encontramos estas sete latas de filmes, com oitenta minutos de imagens incríveis e inéditas que estavam na Cinemateca Uruguaia. Digitalizamos os filmes em um laboratório argentino e, aqui no Uruguai se fez um trabalho de restauração quase artesanal. Encontramos uma história incrível, que tinha todos os elementos para se fazer um grande filme – explicou o cineasta Andrés Varela.
Único sobrevivente entre os 22 jogadores que entraram em campo na partida de maior público da história das Copas, Gigghia, com 87 anos, teve o nome gritado em coro pelos presentes à sessão inaugural do filme que aconteceu no estádio Centenário, palco da final da Copa de 1930, quando o Uruguai conquistou sua primeira Copa.
- Foi muito emocionante para mim, eu era muito jovem nesta época e era a primeira vez que eu integrava a seleção do Uruguai. Gostei pela história que mostra e acho que as pessoas ficaram contentes – falou Gigghia.
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Fonte: GloboEsporte.com