MENSAGEM AOS VASCAÍNOS
Minhas irmãs e meus irmãos Vascaínos,
Vejam só a “sinuca de bico” em que se encontra o Vasco na atual conjuntura político-eleitoral:
Se o time deslancha, e é pelo que todos nós torcemos (mesmo apesar dos problemas de preparação física, evidenciados pelas repetidas contusões musculares e o decréscimo de rendimento no final das partidas, como ficou evidente no jogo contra o Flamengo, em que o time deles vinha de maratona no México e, mesmo assim, veio pra cima da gente no 2º tempo) o dinamite vai deitar e rolar com apoio integral da mídia antivasco e que também, por interesses, quer a continuação deste status quo de entreguismo e subserviência que se instalou na Colina.
Não tenham dúvidas, mesmo os aprendizes de politiqueiros e também os idiotas da objetividade, que o dinamite, em caso de êxito do time, será can-di-da-tís-si-mo (mesmo contra a vontade de seus pares, como já aconteceu no passado recente), apostando na memória curta dos brasileiros em geral e de muitos Vascaínos em particular, bem como, se garantindo no “Cadastrão” egresso do famigerado “O Vasco é meu”.
No caso contrário, isto é, de malogro esportivo, o Eurico, mesmo com a inquestionável rejeição, possivelmente sairá vitorioso das urnas, mercê dos acordões e conchavos com a atual “diretoria”, acobertados pela omissão do presidente da Assembléia Geral.
Tudo isto porque uma autêntica oposição, com amplas e totais perspectivas de vitória, que já poderia ter sido formada no Vasco, desde que foi lançada a FRENTE AMPLA (reunindo o que ainda restava de dignidade e vascainísmo no Clube, somada a uma renovação que, apesar da falta de políticas neste sentido por parte das últimas administrações, ainda brota espontaneamente entre jovens valores Vascaínos), não consegue se entender, se organizar, devido a um jogo de interesses pessoais, vaidades, incompetências, rede de intrigas, incompreensões, deslealdades, traições, conluios, descarados acordões, falta de hombridade, inexperiência política, elitismo, covardia, perda de tempo com reuniões tecnocráticas que no momento não levam a nada, e tudo mais que em política inexoravelmente não conduzem a lugar nenhum, ou pior, à inevitável derrota.
Já disse e repito que aos meus 75 anos não me sinto mais em condições de assumir o Vasco nesta situação. Assim sendo, posso falar de cadeira e de cabeça erguida, como sempre fiz em minha vida, e torcer ardentemente para que apareça alguém com coragem, amor a instituição, desprendimento total, liderança e que se disponha à dedicação em tempo integral ao Clube, servindo e não se servindo do Vasco, sem nepotismo e sem roubalheira, para reerguê-lo e reconduzi-lo ao seu glorioso destino de respeito, seriedade e vitórias.
Tomo a liberdade, antes de finalizar, de reproduzir o DECÁLOGO, que publiquei há mais de nove meses, e que deveria servir de exemplo e paradigma aos que estão incumbidos de elaborar o novo Estatuto do Vasco, isto é, se o clima em nosso Clube fosse de sinceridade e vergonha na cara.
DECÁLOGO PARA POSTULAR A PRESIDÊNCIA DO VASCO:
1- Tem que ser vascaíno de raiz, nunca ter torcido ou servido a outro time, isto é “virar casaca”. Não descaracterizar a nossa camisa, nossos símbolos e respeitar nossas tradições.
2- Não comprar votos, o que já demonstra tendência explícita à corrupção.
3- Tem que ter ficha limpa, experiência administrativa, saber se expressar e defender o Vasco como defenderia a própria vida.
4- Servir ao Vasco e não se servir do Vasco. Não roubar e nem permitir que roubem o Clube. Não praticar agiotagem emprestando dinheiro à agremiação, a juros extorsivos.
5- Não colocar parentes para trabalharem direta ou indiretamente no Vasco, mesmo que seja “sem remuneração”, nem permitir que familiares ou membros da administração, explorem lojas e franquias do Clube ou prestem serviços através de suas empresas e escritórios.
6- Obrigação de viabilizar patrocínios de alto nível e formar grandes equipes de futebol, basquete e remo. Ou pedir demissão, irrevogável e irretratável, ao término de 100 dias, juntamente com os dois outros vices administrativos.
7- Não aceitar que o Vasco ganhe nem um centavo a menos nas cotas de TV, que qualquer outro clube.
8- Não permitir que o estádio do Maracanã seja da dupla fla-flu.
9- Exercer, quando for da conveniência do Vasco, o mando de campo em São Januário.
10- Não exercer nem se candidatar a cargo político de vereador, deputado e etc, durante a gestão, para não haver conflito de interesses, ficando o Vasco muitas vezes em plano secundário, a reboque de estratagemas eleitoreiros.
Desejo bom carnaval a todos, mesmo sabendo que passaremos pelo constrangimento de assistir o atual “presidente” desfilar fantasiado em carro alegórico, homenageando o Flamengo e, certamente, vê-lo, antes e depois do desfile, borboletear sorridente pela passarela. Agora, ainda com mais desenvoltura, após a recuperação do pé que, mesmo imobilizado, deu show no sambódromo no ano que passou, celebrando a ruína e decadência moral, administrativa, financeira e, sobretudo, esportiva do Vasco, após dois inacreditáveis rebaixamentos do time em apenas cinco anos por este desastre “administrativo”, e que também rebaixou financeiramente o Clube, em relação às cotas de TV.
O Vasco que ocupava a primeira posição em receitas no Clube dos 13, mas que com a participação entreguista e subserviente do dinamite (em conluio com o maior interessado direto, o esperto Flamengo) contribuiu decisivamente para a extinção de uma legítima associação de classe que lutava em defesa dos interesses dos grandes clubes brasileiros, que era inegavelmente o Clube dos 13.
Transformaram o futebol de um país continental, celeiro do esporte, em um estado unitário como a Espanha, com Flamengo no Rio e Corinthians em São Paulo, ambos na cabeça, e o Vasco indo para inaceitável e ultrajante oitava posição nas cotas de TV, apesar de sua ainda imensa torcida espalhada por todos os cantos deste país. Sem dúvida a maior torcida participativa do Brasil, mas que, infelizmente, encontra-se adormecida, anestesiada, inerte, perdida, confusa e perplexa, diante de todo este deprimente cenário que se abateu sobre a nossa Agremiação nestas duas últimas catastróficas “administrações” deste famígero deputado, ex-ídolo vascaíno, que transformou o nosso Clube, no Vasco que o Flamengo gosta!
OBSERVAÇÃO: papéis ridículos estão fazendo alguns candidatos e assessórios, correndo atrás na disputa de ex-jogadores por apoio eleitoreiro. Aonde chegou o Vasco da Gama... Não tenho nada contra que ex-jogador participe da vida política do Clube, mas de maneira espontânea, democrática, desde que não tenha vestido a camisa do Vasco apenas por dinheiro, que seja vascaíno de verdade. Entretanto ver cartolas, que postulam cargos eletivos, assediando e forçando barra, sendo humilhantemente esnobados com respostas evasivas por ex-jogadores, é uma verdadeira vergonha!
Pedro Valente
Fonte: Site oficial de Pedro Valente