O presidente da Liga Nacional de Basquete (LNB), Cássio Roque, é categórico. A liga, que organiza o Novo Basquete Brasil (NBB) tem como maior objetivo, a curto prazo, a conquista de um patrocinador master, para alcançar o equilibrio financeiro. A declaração foi dada ao GLOBO nesta quinta-feira, em Fortaleza, onde está sendo realizado o fim de semana do Jogo das estrelas. Nesta sexta-feira à noite, a partir das 19h, no Ginásio Paulo Sarasate, haverá desafio de habilidades, torneio de bolas de três pontos, concurso de enterradas e o arremesso das estrelas. Já no sábado, às 10h, no mesmo local, no evento principal da programação, será disputado o Jogo das Estrelas, entre as equipes NBB Brasil (atletas brasileiros da liga) e NBB Mundo (jogadores estrangeiros que atuam no NBB).
— Atualmente, apenas a Rede Globo patrocina a liga, que já teve um crescimento muito grande. O aspecto financeiro é o calcanhar de Aquiles da LNB. No Brasil, é futebol, futebol, futebol, ainda mais num ano de Copa do Mundo, e o empresariado nacional ainda não enxerga outros esportes para patrocinar, além do futebol — declarou Roque. — Obter um patrocínio-master é o nosso objetivo a curto prazo. A médio e longo prazos, queremos consolidar o NBB e a Liga de Desenvolvimento do Basquete (LDB, que é uma espécie de campeonato brasileiro de juniores).
Roque está no cargo há um ano e meio. Desde 2001, quando sua empresa (concessionária de motos Winner) começou a patrocinar o time de Limeira, ele está no universo do basquete. Segundo ele, a LNB vem trabalhando para nacionalizar seu campeonato.
— Neste sentido, a experiência com o time do Basquete Cearense (sediado em Fortaleza) vem sendo extremamente positiva. Queremos ir para o Sul também, que está há algum tempo sem representantes, e este ano, teremos o Sport Recife (que já é muito forte no feminino) na nossa Divisão de Acesso. A Região Norte também está afastada, mas acreditamos que com nossa Divisão de Acesso, outras equipes poderão se aproximar — disse. — Para equipes em formação, fica difícil entrar direto no NBB.
No ano passado, a liga chegou a convidar o Fluminense, que havia apresentado um projeto, para entrar no NBB. Mas o projeto não evoluiu, e a entrada do tricolor na liga ficou inviável. Ao contrário de outros dirigentes de esportes como basquete e vôlei, Roque acha que seria positivo que houvessem mais “times de camisa” no NBB, além de Flamengo e Palmeiras, os dois únicos clubes vinculados ao futebol e que integram a liga.
— No caso do Rio, seria ótimo termos também Vasco, Fluminense e Botafogo. Ano passado, convidamos o Fluminense, mas este não conseguiu viabilizar sua entrada. Queremos o Vasco. Quantos títulos já conquistou? Dois brasileiros, duas Ligas Sul-Americanas. Basta lembrar isso. Quanto mais times de camisa, melhor — reforçou. — Acho perfeitamente possível que um time de camisa tenha futebol e outros esportes, e o Flamengo é um exemplo disso. Os times de camisa serão bem-vindos, mas sem convites, desde que passem pela Divisão de Acesso.
Firmar a presença do basquete em um canal de TV aberta é outro ponto importante segundo o presidente da LNB. Ele lembrtou que em 2013 houve um jogo em TV aberta (Rede Globo), e este ano, serão três, com a abertura do NBB, o próprio Jogo das Estrelas e a final do NBB. Ele não deixou de comentar a polêmica a respeito de a decisão do NBB ser feita em uma só partida, e não em playoffs, como ocorre na maioria das finais de liga, inclusive na NBA.
— Tecnicamente, não se discute que o melhor sistema é o de playoffs. Mas a transmissão por TV aberta é excepcionalmente melhor que em TV fechada (e para a TV aberta a final em um jogo é o ideal). Mas quem sabe no futuro não tenhamos transmissão em TV aberta, mas com playoffs? — argumentou. — Nós estamos buscando melhorar nosso produto para termos a TV aberta, o que nos dará maior visibilidade.
Com 17 clubes participantes, o NBB já vem sendo também gerador de negócios e de empregos.
— Com um orçamento médio de R$ 3 milhões para cada um dos 17 times, ultrapassamos os R$ 50 milhões, podendo chegar a quase R$ 60 milhões — calculou Roque. — Em termos de empregos diretos, devem ser um 30 por clube, contando jogadores, comissão técnica. Se forem empregos indiretos, deve-se chegar a mil, com as pessoas que trabalham em cada jogo (mesários, bilheteiros, funcionários dos ginásios) e com o pessoal de administração e de marketing dos clubes.
Fonte: Globo Online