Medalhista de ouro nos 100m peito e bronze nos 400m livre nos 100m peito, em Montreal, ano passado, e agraciada com o prêmio de melhor atleta feminina de 2013 pelo Comitê Paralímpico Brasileiro, o CPB, a nadadora paralímpica Susana Schnarndorf Ribeiro acertou com o Vasco, visando aos Jogos de 2016.
Ex-triatleta, atualmente nadadora S6, ela é portadora de hemiplegia do lado esquerdo e de um conjunto de doenças degenerativas, devido ao mal de Parkinson, que a acometeu em 2005. No triatlo, Susana havia ido pentacampeã brasileira, entre 1993 e 1997, além de ter disputado os Jogos Pan-Americanos de 1995, em Mar del Plata, na Argentina, e três edições do Iron Man, no Havaí, na década de 90. À época, não chegou a ir às Olimpíadas, porque o triatlo não fazia parte do programa olímpico. Depois do problema de saúde, surgido em 2005, tornou-se nadadora paralímpica. Ano passado, graças ao ouro e ao bronze no Mundial de Montreal, no Canadá, foi eleita pelo CPB como a melhor atleta paralímpica feminina do país (no masculino, o premiado foi Daniel Dias, também da natação). Susana é também campeã e recordista brasileira de 50m livre (37s34) 100m livre (1m21s34); 400m livre (5m47s78); 100m peito (1m41s51) e 200m medley (3m20s19).
— Nas Paralimpíadas de Londres-2012, fui a quarta nos 100m peito, por apenas dez centésimos, e a quinta nos 200m medley. Os 100m peito são a minha prova principal — afirmou, por telefone, a atleta que desde 2013 estava sem clube. — Lívia Prates (coordenadora do departamento paalímpico do Vasco) entrou em contato comigo e nós acertamos. Estou super alegre por entrar para o Vasco. Tem tudo para dar certo.
Gaúcha de Porto Alegre, disse que embora tenha vivido n Rio, não tinha um clube na cidade, mantendo-se fiel ao Grêmio.
— Mas agora, serei Vasco no Rio — garantiu. — O Vasco é o único clube de futebol carioca que investe no esporte paralímpico, e é algo que tenho de valorizar muito.
Atualmente, Susana mora e treina em São Caetano-SP, onde o CPB montou um centro de treinamento de excelência para a seleção brasileira de natação. Nos fins de semana, ela deverá vir ao Rio para treinar e competir pelo clube carioca.
— Certamente, meu objetivo total é 2016. Quero buscar o ouro nos 100m peito e em outra provas nas Paralimpíadas de 2016. Será algo sem igual! — garantiu.
Aos 45 anos, Susana assegura não ter quaisquer complexos pela doença e pela falta de movimentos no lado esquerdo do corpo. O esporte paralímpico é, em seu entender, um caminho para que crianças e jovens portadores de deficiências não se tornem pessoas frustradas, envergonhadas e escondidas em suas casas.
— Quem vive no esporte paralímpico com certeza é mais feliz. Nos treinos, é só alegria. Ninguém fica triste, e rimos o tempo todo nos intervalos dos treinos. O esporte faz isso — argumentou. — Constantemente dou palestras sobre isso em escolas e empresas. Espero poder fazer o mesmo no Rio.
De acordo com Lívia Prates, o Vasco mantém, como esporte paralímpico, a natação, o vôlei sentado e o futebol de sete, cujo time teve recentemente os sete jogadores convocados para a seleção brasileira. A ideia é ampliar o investimento comparatriatlo e remo adaptado ainda este ano, dependendo de patrocínio, e o basquete em cadeira de rodas, caso o ginásio principal de São Januário seja reformado.
— Queremos atrelar o nome e a imagem de Susana, melhor atleta paralímpica feminina do Brasil no ano passado, ao Vasco e ao prjeto paralímpico, para atrair a molecada que tem deficiência para o nosso clube, visando a 2016 — explicou Lívia. — Na realidade, o Rio, embora vá ser a sede dos Jogos de 2016, está muito aquém da estrutura de São Paulo. Os melhroes atletas cariocas estão migrando para lá. Aquela cidade tem o Time São Paulo (que apoia atletas) e atrair os praticantes para lá. O Rio não soube aproveitar a oportunidade de ser sede paralímpica para melhorar sua infraestrutura paralímpica.
A própria Lívia vem encontrando dificuldades, já que a piscina do Vasco está interditada, à espera de um projeto de reformas que não sai do papel. Por isso, os nadadores paralímpicos vêm treinando no Júlio de Lamare, mas se este for reformado, eles terão de se transferir para o Centro de Educação Física Almirante Adalberto Nunes (Cefan), na Avenida Brasil, ou para o Colégio Militar, na Tijuca.
Fonte: O Globo (texto), Cidade Olímpica (foto)