Jogadores apontados como 'novos Juninhos' enfrentam o peso da comparação

Quarta-feira, 12/02/2014 - 09:52
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Oficialmente aposentado há uma semana, Juninho Pernambucano se tornou ídolo do Vasco pela história construída dentro de campo. E virou referência para

O fenômeno começou depois da primeira passagem do Reizinho pelo Vasco, que durou entre 1995 e início de 2001. Ironicamente, o primeiro jogador de destaque a gerar essa comparação, Muralha, profissionalizou-se no rival Flamengo.

Meia de origem, ele às vezes atuava como volante, pois tinha a concorrência de Philippe Coutinho. E foi nesta posição que se firmou quando saiu para a Gávea, em 2010. Em São Januário, os comentários sobre a semelhança com Juninho eram recorrentes. E o pai do jogador confirma que era mesmo uma referência.

- O pessoal comentava muito sobre essa semelhança, pelo toque de bola. O Muralha também batia faltas no infantil, e o Juninho é uma referência que ele tem desde pequeno - afirmou Jorge Luís de Oliveira.

O pai também se declara admirador e diz que mostrava imagens de Juninho para o filho ter como exemplo dentro de campo.

- Sempre que eu conversava com ele, falava que havia alguns jogadores que eu gostaria que ele se posicionasse e batesse na bola igual. O Juninho era um deles, o Djair (ex-Bota, Flu, Fla) era outro, assim como o Junior (hoje comentarista da TV Globo). E hoje o Muralha executa bem esses lançamentos longos - analisou.

Bernardo é um caso à parte, pois as comparações surgiram já nos profissionais e depois que ele chegou a São Januário, sobretudo por causa da eficiência nas cobranças de falta. Mas quem se lembra de seu desempenho nas categorias de base também faz a referência. Bruno Costa, observador técnico da CBF, era supervisor das seleções de base e viu Bernardo decidir em 2005, quando tinha 15 anos, um clássico contra a Argentina, válido pelo Sul-Americano da categoria.

- O Brasil venceu por 6 a 2, e o Bernardo fez três gols, sendo dois de bola parada. Ele cobrava todas as faltas e os escanteios naquele time e tinha uma eficiência incrível. A forma de bater lembra a do Juninho.

Bernardo mostrou, além da qualidade na batida de bola, versatilidade ao atuar em mais de uma posição em campo. Começou como volante na base do Cruzeiro e da Seleção e depois passou a ser meio-campo ofensivo e até, mais recentemente, atacante.

Cria da base vascaína, Allan é outro que foi bastante comparado ao Reizinho quando atuava na base. Quem confirma é Gaúcho, que comandou o hoje volante do Udinese nos juniores e nos profissionais.

- Essas comparações existiam, sim, e eu acho que o Allan é mais parecido com o Juninho do que o Muralha. Nem tanto pela bola parada, mas pelas características e pela ofensividade. Mas o Allan se movimenta mais em campo do que o Juninho, que atuava por uma área mais definida - opina.

Jogadores de outros clubes também já foram comparados ao Reizinho, embora de maneira mais tímida. É o caso de Higor, meia do Fluminense que sempre se destacou nas cobranças de falta e está de volta ao clube neste ano, após se destacar em passagem por empréstimo pelo Avaí. Na pré-temporada tricolor, ele marcou um gol de bicicleta e recebeu elogios do centroavante Fred.

Os novos Juninhos hoje não atuam como meia de ligação - casos de Muralha e Allan - ou não conseguem uma sequência como titulares - casos de Bernardo e Higor. Vale a ressalva, porém, de que nenhum deles tem mais de 23 anos. O próprio Reizinho só conseguiu se firmar no Vasco por volta de 22 anos. E chegou à Seleção aos 24.

A comparação atual é feita com Linnick, que tem 14 anos e chama a atenção de diversos torcedores pela semelhança nas características. Camisa 8 do time infantil, ele publicou recentemente uma montagem na qual aparece lado a lado com o Reizinho.

- O Juninho, para mim, é o cara. As cobranças de falta dele são perfeitas, e eu tento me espelhar nessa batida dele nos treinamentos - disse o garoto.

O técnico da equipe infantil do Vasco, Luiz Felipe, elogia Linnick. Mas aponta um defeito e recomenda muita cautela com qualquer tipo de comparação.

- O Linnick tem muita qualidade, pode chegar longe, mas precisa melhorar o dinamismo dele em campo e treinar bastante para evoluir. Além disso, é muito cedo para comparar um jogador consagrado com outro que está apenas no começo da carreira. É muito importante ter isso em mente - analisou.




Fonte: GloboEsporte.com