Renato Gaúcho: 'Só não joguei no Vasco, mas fui ídolo como treinador do Vasco'

Sábado, 08/02/2014 - 18:47
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Os gols e os dribles na Libertadores e no Mundial de 1983 fazem de Renato Gaúcho – em Porto Alegre, o Portaluppi – um mito para os torcedores do Grêmio. A barrigada histórica na decisão do Carioca de 1995 contra o Flamengo o transformou em ídolo no Fluminense. E foi naquele lance, um único lance, que ele virou figura controversa entre os torcedores rubro-negros. Com exceção do Tricolor gaúcho, clube que defendeu em 262 partidas, Renato nunca jogou tanto por outra equipe como no Flamengo. De 1987 a 1998, foram quatro passagens pela Gávea e uma relação de ódio e amor eterna. Em 213 jogos, fez 68 gols. E ganhou títulos importantes. Em 87, campeão brasileiro. Em 90, da Copa do Brasil. Nas Laranjeiras, por exemplo, onde a idolatria é muito maior, jogou 71 vezes, fez 26 gols e venceu apenas o estadual de 95.

Mas se é o Rei do Rio para os tricolores das Laranjeiras, quase sempre é tratado pelos flamenguistas como plebeu. Culpa da barriga. Renato costuma ouvir vaias dos torcedores do Flamengo em jogos beneficentes no Maracanã. Foi assim em 2009 e em 2013, nas partidas promovidas por Zico. E nas duas vezes lidou com naturalidade. Em uma delas, sentenciou que trabalharia na Gávea como treinador em algum momento da carreira.

– Alguns torcedores não me perdoam por causa do gol de barriga, mas eu tenho um carinho muito grande pela torcida, pelo clube e tenho certeza de que um dia vou trabalhar no Flamengo. Aí a torcida vai estar do meu lado – disse Renato à época.

A situação se repetiu em 28 de dezembro do ano passado. Em entrevista ao GloboEsporte.com, tratou o assunto com a conhecida irreverência. E não deixou de contar vantagem.

– Vão sempre pegar (no meu pé). No dia a dia os flamenguistas me amam. Até no dia da minha apresentação (em janeiro, no Fluminense) tirei foto com um no hotel. Só que lá (Maracanã) é a maneira de pegar no pé, mas no fundo eles gostam de mim. Até pelo que fiz pelo próprio Flamengo. Levo na boa, sei que gostam de mim. Sou profissional. Quando era jogador, vestia a camisa do Flamengo e me dedicava totalmente. Fui campeão de um lado, campeão do outro. Joguei no Botafogo. É difícil para um jogador atuar em três grandes do Rio e ser ídolo de três torcidas. Só não joguei no Vasco, mas fui ídolo como treinador do Vasco. Muito difícil ser querido pelas quatro torcidas. No momento em que estiver de um lado, as outras vão provocar. Quando cruzo com flamenguistas, pedem fotos, autógrafos. Mas no estádio o que eu vou fazer?

Renato revê o Flamengo e sua torcida novamente como adversário neste sábado. Os times se enfrentam no Maracanã, às 19h30m (de Brasília), pela sétima rodada do Carioca. Do lado tricolor, ele esfria aquela certeza de que trabalhará novamente na Gávea, mas não descarta.

– Sou profissional, estou no Fluminense, me sinto muito bem aqui. Quando vesti a camisa do Flamengo como jogador, sempre procurei honrar, como em todos os clubes por que passei. Joguei alguns anos, ajudei em alguns títulos. Sempre fui profissional. Continuo sendo como treinador, mas agora estou numa grande equipe, que tem uma grande torcida. Sempre vou fazer o melhor pelo Fluminense. O meu futuro? Não sei. Sou profissional. Espero ficar muitos anos aqui, mas vida de treinador vocês sabem como é. Estou muito feliz aqui.

Como jogador do Fluminense, Renato enfrentou o Flamengo seis vezes e não perdeu. Foram quatro vitórias, dois empates e cinco gols marcados.

– É, jogando eu me dava bem (risos) – brincou.

Como técnico tricolor, dirigiu a equipe em 12 oportunidades diante do Rubro-Negro. Foram quatro vitórias, três empates e cinco derrotas.

Fonte: GloboEsporte.com