Dez jogos e seis cartões amarelos. Tais números somados de Guiñazu e Aranda chamam a atenção neste início de Campeonato Carioca. A pegada firme, com sotaque gringo, não tem sido perdoada pela arbitragem e, ao mesmo tempo, vem acumulando elogios internos por dar segurança à defesa menos vazada. Contra o Volta Redonda, na quarta-feira, o paraguaio cumpriu suspensão, e agora é a vez do argentino, que fica fora da partida frente ao Nova Iguaçu.
A última advertência do Cholo, na verdade, até foi por reclamação. Mas os carrinhos duros e as disputas de bola com a usual demonstração de raça são frequentes e já conquistaram o torcedor. Apesar do aparente exagero em alguns lances e do alto número de faltas, o técnico Adilson Batista não vê violência nas jogadas e nem motivo para ligar o sinal de alerta por enquanto. Ele acredita que o benefício da boa marcação é maior no momento.
- Tem que analisar o contexto de cada jogada, o jogo em si e a arbitragem também. Sei que é difícil o trabalho deles (árbitros), não gosto de reclamar, mas acho que (o estilo dos dois) está dentro de uma normalidade, não vi nada de mais.
Guiñazu não esconde sua origem pelo sotaque e pelo estilo de jogo, mas defendeu o Inter por cinco temporadas e conhece as características do futebol brasileiro. Para o atacante Edmílson, é ele que lidera o grupo após a ausência de Juninho. Já Aranda (vídeo abaixo) é novo no país e exige uma conversa um pouco mais clara por parte da comissão técnica neste sentido. Sua média de cartões é ainda mais alta por não ter participado das duas primeiras rodadas.
Assim como o goleiro Martín Silva, outro estrangeiro que já está pendurado. Em seu caso, é a demora nas reposições de bola que lhe rendeu dois amarelos. A famosa cera dos adversários sul-americanos agora está do outro lado.
- Não achei justo o cartão dele, já orientamos sobre o estilo da arbitragem brasileira e pedimos para que ele seja mais rápido na reposição, o que não aconteceu no último jogo - afirmou Adilson, sem descartar poupar o camisa 1 para evitar que seja desfalque contra o Flamengo.
Para o zagueiro Rodrigo, a barreira formada à sua frente tem sido produtiva e o faz se identificar.
- Nossos estilos de jogo são bem parecidos. Vou para o combate direto também, só que para mim está sendo mais fácil porque a bola já vem rifada para o atacante muitas vezes. Não tenho nenhum cartão porque está todo mundo marcando, próximo um do outro. Acabamos não ficando expostos como o Vasco ficava no ano passado. Está dando resultado. Não só os volantes, zagueiros, mas o goleiro está mais seguro porque são três ou quatro chutes no jogo inteiro que dão no nosso gol. Vamos continuar e aperfeiçoar esse sistema de jogo.
Lesionado por quatro meses, Guiñazu não pôde mostrar ao torcedor sua veia aguerrida em 2013, que acabou com o rebaixamento do clube. Mas, agora,
- Não é um cara que só marca. Ajuda nos momentos difíceis de cadenciar a bola. Faz muito bem isso e é uma forma de passar tranquilidade para os mais jovens.
Fonte: GloboEsporte.com